Bem-vindo ao Blogue das Bibliotecas Escolares do agrupamento da Maia!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Passo e Penso



Quando penso que uma palavra
Pode mudar tudo
Não fico mudo
Mudo

Quando penso que um passo
Descobre o mundo
Não paro o passo
Passo

E assim que passo e mudo
Um novo mundo nasce
Na palavra que penso

Alice Ruiz
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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Imagem



Este é o poema de uma macieira.
Quem quiser lê-lo,
Quem quiser vê-lo,
Venha olhá-lo daqui a tarde inteira.

Floriu assim pela primeira vez.
Deu-lhe um sol de noivado,
E toda a virgindade se desfez
Neste lirismo fecundado.

São dois braços abertos de brancura;
Mas em redor
Não há coisa mais pura,
Nem promessa maior.

Miguel Torga, “Imagem”, Diário I
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sábado, 24 de abril de 2010

Traz Outro Amigo Também - José Afonso

Poemas e Canções de Liberdade



Traz outro amigo também

Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também


Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também



Zeca Afonso, 1970
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Capitães de Abril



Filme: Capitães de Abril

SINOPSE: "HÁ MOMENTOS EM QUE A ÚNICA SOLUÇÃO É DESOBEDECER."

Em Portugal, na noite de 24 para 25 de Abril, uma canção desencadeia um golpe de Estado militar que irá mudar a face do país e o destinos dos Territórios que então dominada em África.Ao som do poeta Zeca Afonso, as tropas revoltosas tomam os quartéis. A Revolução Portuguesa distingue-se pelo carácter aventuroso, tanto como pacífico e lírico.
Com Stefano Accorsi, Maria de Medeiros, Joaquim de Almeida e Frédéric Pierrot.


Procura o DVD na tua Biblioteca!
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Humildade



Tanto que fazer!
livros que não se lêem, cartas que não se escrevem,
línguas que não se aprendem,
amor que não se dá,
tudo quanto se esquece.

Amigos entre adeuses,
crianças chorando na tempestade,
cidadãos assinando papéis, papéis, papéis...
até o fim do mundo assinando papéis.

E os pássaros detrás de grades de chuva,
e os mortos em redoma de cânfora.

(E uma canção tão bela!)

Tanto que fazer!
E fizemos apenas isto.
E nunca soubemos quem éramos
nem para quê.

Cecília Meireles- Inéditos
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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Zeca Afonso - o Andarilho da Voz de Ouro


Autor: José Jorge Letria
Título: Zeca Afonso - o Andarilho da Voz de Ouro
Editora: Campo das Letras

Sinopse: Neste livro, José Jorge Letria, que foi um dos companheiros do cantor antes do 25 de Abril, conta aos mais novos o que foi a vida do homem que escreveu e cantou "Grândola, Vila Morena", senha musical do 25 de Abril. Ouvir José Afonso, o Zeca, é a melhor homenagem que lhe podemos prestar, hoje e sempre. "O Andarilho da Voz de Ouro" é uma história poética sobre um grande músico-poeta, que pode ser lida por crianças e adultos, se possível com as suas canções em fundo. A importância da sua obra vai muito para além da intervenção política. As canções que escreveu são uma parcela importante da cultura portuguesa do século XX. Tudo isso é dito neste livro com as palavras do afecto e da poesia partilhada. Porque o Zeca continua a cantar para todos nós, como só ele sabe.
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Poemas e Canções de Liberdade



Entre o final da década de 30 e as vésperas do 25 de Abril, foi-se definindo, em Portugal, uma tradição de poesia de resistência, de oposição à ditadura, para a qual contribuíram poetas oriundos de diferentes quadrantes, embora com relevo para aqueles que inscreviam entre as preocupações maiores da sua poética o empenhamento cívico e social.
Fernando J. B. Martinho


Liberdade

Viemos com o peso do passado e da semente
esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente

Vivemos tantos anos a falar pela calada
só se pode querer tudo quanto não se teve nada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada

Só há liberdade a sério quando houver
a paz o pão
habitação
saúde educação
só há liberdade a sério quando houver
liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir.

Sérgio Godinho
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terça-feira, 20 de abril de 2010

Romance do 25 de Abril


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Título: Romance do 25 de Abril
Editora: Caminho

Sinopse: o "Romance do 25 de Abril" é uma obra em prosa rimada e versificada. Trata-se da história de um menino chamado Portugal "que fora camponês e operário e em soldado se tornara" e que sofreu e lutou para realizar o sonho da liberdade. O texto, bonito, pode ser uma primeira abordagem para pais e filhos fazerem à ditadura e ao 25 de Abril.
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Poemas e Canções de Liberdade


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Dia 25 de Abril de 1974, zero horas e vinte e nove minutos

Portugal entra na «contagem decrescente» para o início da queda do regime fascista. Forças militares em vários pontos do país aguardavam a palavra de ordem para o desencadear das operações.

A senha chegou pela canção de Zeca Afonso, «Grândola, Vila Morena», transmitida no programa «Limite», difundido pela Rádio Renascença.


Grândola Vila Morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti ó cidade

Terra da fraternidade
Grândola Vila Morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade

Dentro de ti ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola Vila Morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola Vila Morena
Terra da fraternidade
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1º Encontro de Literatura Infanto-Juvenil

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Irá decorrer nos próximos dias 23 e 24 de Abril, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto, o 1º Encontro de Literatura Infanto-Juvenil da SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), tendo como tema "Palavras para que vos quero".

Do programa constam sessões de poesia, teatro, música, debates e encontros com escritores e ilustradores como: António Torrado, Manuel António Pina e Jorge de Sousa Braga, entre outros.
A não perder!
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"Top de Leitores" - 2º Período


Leitura domiciliária

Feita a contagem e a devida análise, constatámos no 2º período, como já no anterior, resultados bastante animadores para a leitura domiciliária.
É muito bom que os alunos se entusiasmem e levem livros variados para ler em casa, pois assim o acto de ler torna-se familiar e eles vão criando o seu próprio perfil de leitor. Quanto mais lêem, mais desenvolvem a capacidade de compreender; aperfeiçoam a habilidade de construir sentido, de processar informação e também aprendem a envolver-se se na leitura simplesmente pelo prazer.
A leitura é inerente à nossa vida de múltiplas formas e em múltiplas funções - de comunicação, de emoção, de estética, de funcionalidade, de desenvolvimento pessoal, de integração pessoal. Daí que investir em estratégias de desenvolvimento do gosto e da necessidade de ler é fundamental. Neste sentido, a leitura feita em casa cumpre um papel importante pois implementa a autonomia do leitor.

Mais uma vez, o TOP + premiou os três leitores que mais se salientaram neste tipo de leitura, para os recompensar pelos resultados positivos e como uma forma de incentivo para todos os alunos.
Com muita satisfação, atribuímos e certificámos também três menções honrosas!

1º lugar- Inês Mariana Fonseca, nº 12, 6º ano, turma 10
2º lugar- Helena Isabel Almeida, nº 1o, 6º ano, turma 14
3º lugar- Maria Inês C. Moura , nº 12, 6º ano, turma 10

Menções honrosas:
Ana Sofia Rosário Ribeiro, nº 4, 5º ano, turma 6
André Santos P. Dias Oliveira, nº 4, 6º ano, turma 9
Ana Patrícia Pires Costa, nº 1, 6º ano, turma 12
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segunda-feira, 19 de abril de 2010

O 25 de Abril contado às crianças ... e aos outros


Autor: José Jorge Letria
Título: O 25 de Abril contado às crianças ... e aos outros
Editora: Terramar

Sinopse: apresentando um carácter essencialmente formativo, é uma obra destinada a um público com conhecimentos restritos do 25 de Abril de 1974. Possibilita uma viagem ao passado da Guerra Colonial, da Censura, da PIDE/DGS, do Governo de Ditadura, dos Presos Políticos, da Emigração e do dia da «Viragem na nossa História do século XX».

«Eu tenho a certeza que em casa ou na escola já te falaram do 25 de Abril, mas não sei o que te disseram sobre o seu significado e a sua importância para a vida de Portugal. É por isso que vou contar-te esta história. Uma história pessoal como todas as histórias, mas que envolve muito do que é a minha memória sobre esse dia e sobre tudo aquilo a que ele veio pôr fim.»

José Jorge Letria
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Poemas e Canções de Liberdade



Dia 25 de Abril de 1974

Portugal entra na «contagem decrescente» para o início da queda do regime fascista. Forças militares em vários pontos do país aguardavam a palavra de ordem para o desencadear das operações. O aviso havia já sido transmitido através da inserção de uma breve notícia no vespertino «A República» sobre o programa «Limite» e às 22 horas e 55 minutos com a transmissão da canção de Paulo de Carvalho «E Depois do Adeus», nos Emissores Associados Portugueses.


Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
A tua voz

Em silêncio amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto em flor
Eu te sofro em mim
Eu te lembro assim
- Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder

Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu me deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci

E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz que perdi
Minha dor que aprendi

De novo vieste em flor
Te desfolhei…

E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós.
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domingo, 18 de abril de 2010

Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor



O Dia Mundial do Livro é comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, a 23 de Abril. Trata-se de uma data simbólica para a literatura, já que, segundo os vários calendários, neste dia faleceram importantes escritores como Cervantes e Shakespeare.

A ideia da comemoração teve origem na Catalunha: a 23 de Abril, dia de São Jorge, uma rosa é oferecida a quem comprar um livro. Mais recentemente, a troca de uma rosa por um livro tornou-se uma tradição em vários países do mundo.

A DGLB está a articular este dia (23 de Abril) com o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social através da campanha Um livro faz-me mais rico, em colaboração com as Bibliotecas Municipais.
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7x25 Histórias de Liberdade



Autora: Margarida Fonseca Santos
Título: 7x25 Histórias de Liberdade
Editora: Edições Gailivro

Sinopse: 7x25 Histórias da Liberdade é um conjunto de contos cujas personagens principais, falando na primeira pessoa, são objectos carregados de simbologia: o semáforo que travou a revolução durante uns minutos, o lápis da censura que, de repente, se vê como um elemento criativo nas mão de uma criança, a G3, o portão da prisão de Caxias, o megafone...

Descobre os outros contos deste livro na tua Biblioteca!
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Poemas e Canções de Liberdade



25 DE ABRIL

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.

Sophia de Mello Breyner Andresen
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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Poemas e Canções de Liberdade



A Revolução do 25 de Abril aconteceu há 36 anos. Rasgaram-se as trevas, apanharam-se os cravos e um povo oprimido reconquista a liberdade e vem à rua cantar, canções há tanto amordaçadas e proibidas.
A partir de hoje e até ao dia 25 serão editados, neste espaço, alguns poemas que fizeram Abril e que ainda continuam vivos na memória do povo português.


Abril de Abril

Era um Abril de amigo Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.

Era um Abril comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.

Era um Abril na praça Abril de massas
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.

Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.

Era um Abril viril Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.

Era um Abril de clava Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.

Manuel Alegre, 30 Anos de Poesia
Publicações Dom Quixote
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