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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Poemas e Canções de Liberdade



Entre o final da década de 30 e as vésperas do 25 de Abril, foi-se definindo, em Portugal, uma tradição de poesia de resistência, de oposição à ditadura, para a qual contribuíram poetas oriundos de diferentes quadrantes, embora com relevo para aqueles que inscreviam entre as preocupações maiores da sua poética o empenhamento cívico e social.
Fernando J. B. Martinho


Liberdade

Viemos com o peso do passado e da semente
esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente

Vivemos tantos anos a falar pela calada
só se pode querer tudo quanto não se teve nada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada

Só há liberdade a sério quando houver
a paz o pão
habitação
saúde educação
só há liberdade a sério quando houver
liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir.

Sérgio Godinho
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