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domingo, 27 de novembro de 2011

Concurso de escrita: acrósticos


"Presentes para o Natal: acrósticos"
PARTICIPA!
Contamos contigo...
Consulta aqui o regulamento.

sábado, 19 de novembro de 2011

Antes da Neve



Antes da Neve


As grandes searas

sacudirão a crina, a luz de setembro

tombará dos olmos,

a espuma do vinho

extinguir-se-á

como lume breve -


só então a neve...



Eugénio de Andrade, Ostinato Rigore

Lição



Marvão por M. Ferreira



Lição



Oiço todos os dias,

De manhãzinha,

Um bonito poema

Cantado por um melro

Madrugador.

Um poema de amor

Singelo e desprendido,

Que me deixa no ouvido

Envergonhado

A lição virgina

Do natural,

Que é sempre o mesmo, e sempre variado.



Miguel Torga, Antologia Poética.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A carta da paixão



Esta mão que escreve a ardente melancolia

da idade

é a mesma que se move entre as nascenças da cabeça,

que à imagem do mundo aberta de têmpora

a têmpora

ateia a sumptuosidade do coração. A demência lavra

a sua queimadura desde os seus recessos negros

onde

se formam

as estações até ao cimo,

nas sedas que se escoam com a largura

fluvial

da luz e a espuma, ou da noite e as nebulosas

e o silêncio todo branco.

Os dedos.

A montanha desloca-se sobre o coração que se alumia: a língua

alumia-se. O mel escurece dentro da veia

jugular talhando

a garganta. Nesta mão que escreve afunda-se

a lua, e de alto a baixo, em tuas grutas

obscuras, a lua

tece as ramas de um sangue mais salgado

e profundo. E o marfim amadurece na terra

como uma constelação. O dia leva-o, a noite

traz para junto da cabeça: essa raiz de osso

vivo. A idade que escrevo

escreve-senum braço fincado em ti, uma veia

dentro

da tua árvore. Ou um filão ardido de ponto a ponta

da figura cavada

no espelho. Ou ainda a fenda

na fronte por onde começa a estrela animal.

Queima-te a espaçosa

desarrumação das imagens. E trabalha em ti

o suspiro do sangue curvo, um alimento

violento cheio

da luz entrançada na terra. As mãos carregam a força

desde a raiz

dos braços a força

manobra os dedos ao escrever da idade, uma labareda

fechada, a límpida

ferida que me atravessa desde essa tua leveza

sombria como uma dança até

ao poder com que te toco. A mudança. Nenhuma

estação é lenta quando te acrescentas na desordem, nenhum

astro

é tao feroz agarrando toda a cama. Os poros

do teu vestido.

As palavras que escrevo correndo

entre a limalha. A tua boca como um buraco luminoso,

arterial.

E o grande lugar anatómico em que pulsas como um lençol lavrado.

A paixão é voraz, o silêncio

alimenta-se

fixamente de mel envenenado. E eu escrevo-te

toda

no cometa que te envolve as ancas como um beijo.

Os dias côncavos, os quartos alagados, as noites que crescem

nos quartos.

É de ouro a paisagem que nasce: eu torço-a

entre os braços. E há roupas vivas, o imóvel

relâmpago das frutas. O incêndio atrás das noites corta

pelo meio

o abraço da nossa morte. Os fulcros das caras

um pouco loucas

engolfadas, entre as mãos sumptuosas.

A doçura mata.

A luz salta às golfadas.

A terra é alta.

Tu és o nó de sangue que me sufoca.

Dormes na minha insónia como o aroma entre os tendões

da madeira fria. És uma faca cravada na minha

vida secreta. E como estrelas

duplas

consanguíneas, luzimos de um para o outro

nas trevas.


Herberto Helder, PHOTOMATON & VOX







Se todo o ser ao vento abandonamos


E sem medo nem dó nos destruímos,


Se morremos em tudo o que sentimos


E podemos cantar, é porque estamos


Nus em sangue, embalando a própria dor


Em frente às madrugadas do amor.


Quando a manhã brilhar refloriremos


E a alma possuirá esse esplendor


Prometido nas formas que perdemos.



Sophia de Mello Breyner

Missão Mahotas




Em Moçambique, nos arredores de Maputo, as Irmãs Dominicanas do Rosário, desenvolvem um trabalho solidário com as famílias no Bairro das Mahotas.
O trabalho que incrementam é fantástico e os seus objetivos grandiosos: fomentam o apadrinhamento de crianças e suas famílias; apoiam e seguem os estudos dos seus filhos; dão formação a mulheres, no sentido da sua promoção e valorização social; auxiliam no conhecimento e tratamento de doenças, com destaque para a prevenção do HIV/Sida; apoiam pequenos negócios familiares (microcrédito) e, sobretudo, ensinam a viver e a ser solidário, num mundo em que as diferenças são cada vez mais marcadas.
Reconhecendo o trabalho ímpar desta Missão, a nossa Escola, tem vindo a associar-se-lhe. Desta forma, assinou um Protocolo de Cooperação que tem, entre outros, como compromisso principal o apadrinhamento de dois jovens: Jorge Carlitos dos Santos e Nilsa Sitoe.
Acresce ainda, o facto de na EB 2/3 de Gueifães, existir já um núcleo forte de padrinhos daquela Missão, entre professores e encarregados de educação, que regularmente são informados e conhecem bem o trabalho lá desenvolvido.
O nosso grande objetivo é pois, de acordo com o Projeto Educativo do Agrupamento, educar para a cidadania, em particular, promovendo os valores da amizade, da solidariedade, da liberdade, da responsabilidade e do trabalho, num ambiente de respeito pelos outros e por si mesmo. Em resumo, desenvolver a capacidade de cooperação e solidariedade, numa atitude voluntária e de partilha.

EB 2/3 de Gueifães, Setembro de 2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Uma Aventura Literária 2012





Informamos todos os interessados que já está disponível no site http://www.uma-aventura.pt/o regulamento.
O concurso irá decorrer até ao dia 15 de Fevereiro!

Participa!

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