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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Homenagem a José Viale Moutinho


LS2 – Leituras, Sentidos e Saberes


A Biblioteca Municipal em parceria com as Bibliotecas Escolares do Concelho da Maia, no âmbito do projeto LS2:leituras, Sentidos e Saberes, presta homenagem a escritores nacionais. 

O projeto deste ano, dedicado ao escritor JOSÉ VIALE MOUTINHO, culmina no mês de abril de 2016, com a exposição de trabalhos dos alunos, patente na Biblioteca da BMM, que resultaram da leitura e interpretação da obra do autor e com um espetáculo, a 21 do mesmo mês, no Grande Auditório do Fórum da Maia, com diferentes apresentações das várias escolas do concelho.

Desta homenagem também se destaca uma exposição biobibliográfica, na BMM.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

GOUVEIA

Este conto foi escrito pela Mafalda, que este ano letivo é aluna do 7º ano, turma 3, da Escola EB 2/3 de Gueifães


Gouveia


Salto nas nuvens

Era uma vez um menino chamado Gouveia. A sua vida começou em 1687 quando ele nasceu.
Tinha cabelos pequenos castanhos e uns olhos castanhos bem clarinhos.
A primeira vez que ele abriu os olhos estava num berço amarelo bem fofo com a sua mantinha colorida que se tornou a manta da sorte.

Uma coisa que gravou nesse dia foi que quando ele olhou para o teto viu estrelas, nuvens, luas, etc. E, quando olhou para o chão, viu a sua gata Pucca com olhos azuis, branca, com a cauda listada (era meiga, muito dada e não era agressiva), que estava a seguir a mais velha, a Mia, que tinha olhos azuis e o pelo preto e branco. Era uma siamesa (era muito meiga, mas muito tímida, só se dava com os donos, mais ninguém).

O seu primeiro riso foi quando a gata Pucca subiu as grades do berço e esbarrou os seus bigodes fofos que faziam cócegas na sua carinha branquinha.
Passados alguns anos, em abril de 1691, a sua mãe adoeceu e acabou por morrer. E bem baixinho ela dizia:

“- Salto nas nuvens”.

Ele nunca tinha pensado no que significaria, mas o seu pai disse-lhe que a sua mãe adorava ver os pássaros da sua cidade a voar e o seu sonho era poder voar um dia.
O menino ainda se lembrava das canções de embalar que ela lhe cantava para dormir melhor e da sua mão a tocar suavemente. Ela era tão aprazível.
No funeral tinha aparecido uma amiga da sua mãe com a sua filha, a Mimi, e foram brincar.

-Olá Gouveia, queres brincar? - perguntou Mimi.

-Sim, quero muito brincar!!

Mimi e ele tornaram-se os melhores amigos de coração e sempre armavam alguma.
Gouveia foi para a 1ª Classe com a Mimi. Os dois pregavam sempre partidas aos professores, mas a Mimi era mais certinha e dizia sempre:

“- Não fui eu”.

Um dia, Gouveia, com a finalidade de acertar num colega com uma pedra, sem querer acertou na professora Olinda. Ela pegou na palmatória e acertou na pele de Gouveia.

-Au au au au, professora ai ai…- gritava ele com muitas dores.

-Menino Gouveia, ficas de castigo por me teres atirado uma pedra!-gritou a professora

Gouveia ficou apavorado, pois nunca tinha apanhado um castigo. Sempre conseguia escapar com os seus olhinhos brilhantes e castanhos e o seu sorriso de veludo fino.
Ele era muito desastrado. Um dia, Mimi chamou-o para irem brincar, mas ele escorregou numa casca de banana, o que o levou a uma quinta onde aterrou no estrume de vaca.
Outro dia, chegou à escola um menino muito sonhador que gostava de voar. Sentou-se ao pé de Mimi e ela viu os planos que ele tinha de uma máquina voadora.

- Olá, eu sou a Mimi. Acho que vais gostar do Gouveia, ele gostaria de voar. -disse Mimi com ar de curiosa.

O menino Dinis não respondeu

- Estás a ouvir? - gritou Mimi.

O Dinis abriu a boca e disse:

-Eu trabalho sim, a tentar voar, mas nunca pensei que um aluno fosse como eu porque eu sou super original.

- Mas fala com o Gouveia, ele é super esperto! - referiu

No recreio Dinis gritou:

-Gouveia, Gouveia, podes vir cá?

Gouveia aproximou-se e Dinis mostrou-lhe os planos para voar. Gouveia, Dinis e Mimi começaram a trabalhar.
Depois de 19 meses estavam quase a acabar até que o Dinis morre num acidente de carro.
Mimi e Gouveia tentaram anos e anos resolver o resto dos planos de Dinis até que um dia Gouveia desistiu.
Gouveia tinha 12 anos quando tentou voar com uma máquina dele.
Saindo da escola, Mimi perguntou:

-Que vais fazer no fim de semana?

-Vou voar!-disse Gouveia

-Como? – perguntou Arnaldo.

-Tenta adivinhar - disse Gouveia.

-De tapete voador?

-Não!-afirmou

-Diz, vá lá, Gouveia, eu quero saber-disse Mimi.

-Ok, eu vou dizer! Eu vou voar com uma máquina minha feita por mim que tem uma hélice e um capacete.

Dias passaram e Gouveia trabalhava no seu projeto de um capacete voador.
Um dia, Gouveia chamou jornais, o pai e vieram todos ver.
O pai pensava que era só imaginação, mas era tudo verdade.
Gouveia saltou do helicóptero e carregou carregou e NADA, NADA ACONTECEU.
Gouveia agarrou-se a uma gaivota que o deixou cair numa árvore, onde uma águia com unhas muito, mas muito afiadas lhe deixou arranhões muito grandes e o largou num quintal cheio de silvas onde dez abelhas o picaram. Nesse momento, uma cobra venenosa mordeu-o com os seus dentes afiados.
Gouveia foi para o hospital de onde regressou numa cadeira de rodas.


2ª parte

Gouveia, de cadeira de rodas, estava em casa a pensar no que podia fazer sem se magoar, mas também em ser um inventor 5 estrelas. Porém, iria ser difícil sem Dinis estar presente para o ajudar.
No dia seguinte, o céu estava branco com nuvens brancas a passar e uns raios de sol bem amarelos a aquecer a escola onde Gouveia andava.

-Já sei Mimi, eu não vou desistir de voar, mas se me ajudares vamos ser famosos-comentou Gouveia a sair da escola.

-Estás doido, Gouveia! Ainda não te magoaste o suficiente para perceber que não conseguimos sem o Dinis?-gritou Mimi.

-Não. O Dinis só começou e nós acabaremos o salto!-Respondeu Gouveia.

-Então, o que vais fazer?-Perguntou Mimi

-Como eu me agarrei numa gaivota,…

-Como assim?-Perguntou Mimi

Gouveia foi-se embora e no chão só se via as marcas da cadeira de rodas, e o seu riso expandia-se no ar.
Gouveia, como se nada fosse, agarrou em 1492 pombas, 1451 Gaivotas e 2046 águias e começou a pensar como iria saltar. Então amarrou tudo na sua cadeira de rodas.
O dia fantástico chegou, o salto começará.
Apressado, Gouveia colocou na sua mala a sua mantinha da sorte vermelha.

Noticiário dizia:

“GOUVEIA, O MENINO QUE TENTA VOAR OUTRA VEZ”

O pai de Gouveia foi a correr, mas lembrou-se que quando a mãe morrera dissera “Salto nas nuvens” e aí o seu pai percebera que o destino dele seria esse mesmo.
Gouveia libertou as pombas, as águias e as gaivotas e começou a voar, mas o peso era tanto que ele estava a cair da cadeira de rodas. Gouveia sabia que iria morrer, mas nesse momento abriu a mala e viu a sua manta da sorte. Agarrou nela e quando fechou os seus olhos estava a planar nos ares.


Noticiários diziam:

“GOUVEIA, MENINO QUE TENTOU VOAR, INVENTOU O PÁRA-QUEDAS “

Então, Gouveia, o menino inventor, apesar da sua vida desastrada e pouco segura, tornou-se um prodígio.

FIM



Agradecimentos

Agradeço à minha professora de Português do 6º ano que me inspirou a escrever este livro e aos meus colegas que me deram confiança.
E espero que um dia possa ser publicado e seja lido por muitas crianças do mundo, que gostem de Gouveia e das aventuras dele

Até a próxima

Escola EB 2,3 de Gueifães
Mafalda, 7º3, ano letivo de 2015/2016