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quinta-feira, 11 de outubro de 2018

É um poema... apenas!


Por muito tempo achei que
a ausência é falta.
E lastimava ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada,
Aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento
exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade