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sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

É um poema... apenas!

Último Poema

É Natal, nunca estive tão só. 
Nem sequer neva como nos versos 
do Pessoa ou nos bosques 
da Nova Inglaterra. 
Deixo os olhos correr 
entre o fulgor dos cravos 
e os dióspiros ardendo na sombra. 
Quem assim tem o verão 
dentro de casa 
não devia queixar-se de estar só, 
não devia. 

Eugénio de Andrade, in "Rente ao Dizer"