Bem-vindo ao Blogue das Bibliotecas Escolares do agrupamento da Maia!

domingo, 24 de fevereiro de 2019

É um poema... apenas!

Pirata
Vincent Van Gogh
 
Sou o único homem a bordo do meu barco.
Os outros são monstros que não falam,
Tigres e ursos que amarrei aos remos,
E o meu desprezo reina sobre o mar.

Gosto de uivar no vento com os mastros
E de me abrir na brisa com as velas,
E há momentos que são quase esquecimento
Numa doçura imensa de regresso.

A minha pátria é onde o vento passa,
A minha amada é onde os roseirais dão flor,
O meu desejo é o rastro que ficou das aves,
E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia passou por aqui!

Comemorações do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2019)


Com a atividade "Sophia passou por aqui", a EB 2,3 de Gueifães, pretende evocar a figura única e especial de uma "autêntica princesa da literatura portuguesa"



       "Como já várias vezes contei – mas tenho de repetir pois para mim foi fundamental: na minha infância, muito cedo, antes de saber ler, aconteceu-me ouvir recitar um poema antigo tradicional português que aprendi de cor. Daí em diante, o meu avô materno, que era um apaixonado leitor de poesia, passou a ensinar-me os poemas de que mais gostava, independentemente de serem ou não para a minha idade. Ensinava-me sobretudo sonetos de Camões e de Antero. Camões parecia-me um palácio de vidro, transparente, luminoso atravessado por uma luz doirada. Em Antero, a luz era diferente, uma luz atormentada, cheia de clarões e de sombras.
A linguagem de Camões, na sua musicalidade, a sua nitidez, a maravilhosa ondulação das vogais confundiram-se para mim com a própria língua que falo.
       É evidente que também fui influenciada por poetas do meu tempo: Pessoa (e sobre ele escrevi obcecadamente e conflituosamente durante algum tempo – escrevi não ensaios mas poemas), Ruy Cinatti, que foi um dos “gurus” da minha adolescência, mestre de poesia e liberdade, Jorge de Sena, o poeta que tanto admirei e o amigo em quem tanto confiei, Torga e o seu profundo sentido da terra e do lirismo português.
E também a arquitectura do meu país foi para mim mestra e musa: estilo manuelino: gruta povoada de corais e indicas memórias, pedras claras na luz marinha, contorno de espumas, mimésis, metamorfose, eflorescência da errância e da memória, forma construída pela diversidade das formas. Influenciada fui também pela beleza única e especial dos antigos solares portugueses, onde, mesmo nos mais barrocos, há algo de nu e despojado e onde a arquitectura é uma arte poética, uma dicção, lírica, clara e nítida: era assim que eu gostaria de escrever.
E se a Grécia muito me apaixonou e ensinou, essa paixão nasceu no contexto do meu país: praias luminosas, friso das espumas, montanhas quentes de sol, pequenas azeitonas pretas na palma da minha mão, sombra leve da oliveira.
Falo do que vi".

Palavras da própria Sophia de Mello Breyner Andresen
65ª Feira do Livro, Porto, 1995

Conhece a obra de Sophia de Mello Breyner Andresen - O Rapaz de Bronze

Editora Figueirinhas

Editora Figueirinhas

Porto Editora

Título: O Rapaz de Bronze

Autor: Sophia de Mello Breyner Andresen

Sinopse:
Livro indicado pelas Metas Curriculares para o trabalho da Educação Literária no 5.° ano. Esta obra é ainda recomendada pelo Plano Nacional de Leitura para leitura autónoma no mesmo ano de escolaridade.

Num jardim maravilhoso, existe uma estátua que, à noite, se enche de vida e reina sobre todas as plantas, com justiça e sensatez.
Florinda vai conhecer o Rapaz de Bronze e viver uma dessas noites mágicas em que a verdadeira natureza dos seres se revela. 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Conhece a obra de Sophia de Mello Breyner Andresen - A Menina do Mar

Descobre na tua Biblioteca!
Edição Porto Editora

Edição Figueirinhas

Edição Figueirinhas

Título: A menina do mar

Autor: Sophia de Mello Breyner Andresen

Sinopse:
A Menina do Mar é o primeiro conto de Sophia para a infância e foi editado, pela primeira vez, em 1958.
Tendo a praia como cenário, este conto revela-nos uma história de amizade entre um rapaz e a Menina do Mar. Cada um vive no seu mundo, o rapaz na terra e a menina no mar, mas a curiosidade de ambos leva-os a querer partilhar essas diferenças: a menina fica a saber o que é o amor, a saudade e a alegria; o rapaz aceita viver com ela no fundo do mar.

Sophia passou por aqui!

Comemorações do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2019)


Com a atividade "Sophia passou por aqui", a EB 2,3 de Gueifães, pretende evocar a figura única e especial de uma "autêntica princesa da literatura portuguesa"
Agrupamento de Escolas Sophia de Mello Breyner Andresen

Lisboa, 23 de Maio de 1998


Sophia na Escola
A poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen já tem uma escola com o seu nome. 
Na quarta-feira, os alunos da Escola Básica de Outurela/Carnaxide viram a também autora de livros infantis ficar para sempre ligada ao sítio onde vão aprendendo as letras. 
A ideia partiu do ministro da Educação, Marçal Grilo, que considerou ser esta a melhor forma de homenagear uma escritora cujas obras continuam a ser autênticas sebentas para quem quer conhecer coisas sobre os homens e o mundo.

© 2001 Expresso

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

É um poema... apenas!

Data

Tempo de solidão e de incerteza
Tempo de medo e tempo de traição
Tempo de injustiça e de vileza
Tempo de negação

Tempo de covardia e tempo de ira
Tempo de mascarada e de mentira
Tempo de escravidão

Tempo dos coniventes sem cadastro
Tempo de silêncio e de mordaça
Tempo onde o sangue não tem rasto
Tempo da ameaça


Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia passou por aqui!

Comemorações do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2019)


Com a atividade "Sophia passou por aqui!", a EB 2,3 de Gueifães, pretende evocar a figura única e especial de uma "autêntica princesa da literatura portuguesa"

Sophia recebe o Prémio Camões


Sophia de Mello Breyner Andresen foi galardoada com o Prémio Camões, a maior distinção atribuída a escritores da língua portuguesa.

Foi, como não podia deixar de ser ou a todos os títulos se impunha que fosse, como o JL sublinhou na sua última edição. E o júri, reunido em Salvador da Bahia, não precisou de mais de uma hora para escolher, por unanimidade, Sophia – escolha que mereceu todos os aplausos.
Aos 79 anos, 55 depois de publicar o seu primeiro livro de versos, a escritora é um nome maior da poesia de língua portuguesa deste século – para não dizer simplesmente um dos nossos grandes poetas de sempre, ou um grande poeta do nosso tempo, em qualquer língua ou lugar. Além de ter também dois livros de ficção, com destaque para os belos Contos Exemplares, e ser autora de vários magníficos títulos de literatura infantil. 
Emocionada com a notícia do prémio, Sophia fez saber apenas que, para ela, o Camões era um Nobel.
O júri do prémio, nesta 11ª edição, relativa ao ano de 1999, foi constituído por António Alçada Baptista, Maria Alzira Seixo e Maria Irene Ramalho Santos, de Portugal, e Leila Perrone Moisés, Luís Costa Lima e Elmer Correia Barbosa, do Brasil. 
O galardão, anual, instituído (e pago) pelo Brasil e por Portugal, tem o valor pecuniário de 12 mil contos. A partir do próximo ano, o júri passará a integrar também representantes dos países africanos de língua portuguesa. 

In JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias, 16 de Junho de 1999

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Fase concelhia do CNL

 É já amanhã, dia 21 de fevereiro, que decorre a 2ª fase do Concurso Nacional de Leitura 2019, no auditório da Escola Secundária da Maia, terá o seguinte alinhamento:


Horário
Programa
10:00  – 10:30 h
Acolhimento aos candidatos
10:30  – 11:30 h
Prova escrita | Programa paralelo para os acompanhantes: 
Maia 360o
12:00  – 14:30 h
Almoço
14:30  – 15:30 h
Prova oral
15:30  – 16:00 h
Entrega dos prémios

É um poema... apenas!

O poema me levará no tempo

Quando eu já não for eu
E passarei sozinha
Entre as mãos de quem lê
O poema alguém o dirá
Às searas
Sua passagem se confundirá
Com o rumor do mar com o passar do vento
O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento...
Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas
E entre quatro paredes densas
De funda e devorada solidão
Alguém seu próprio ser confundirá
Com o poema no tempo. 

Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia passou por aqui!

Comemorações do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2019)



Com a atividade "Sophia passou por aqui", a EB 2,3 de Gueifães, pretende evocar a figura única e especial de uma "autêntica princesa da literatura portuguesa"


Lisboa   ·   20 de Novembro de 1999

Presidente da República  emociona Sophia ao elogiar a sua obra 

Jorge Sampaio prestou ontem um testemunho de reconhecimento a Sophia de Mello Breyner, na cerimónia de entrega do Prémio Camões 99 



Por, Maria João Pinto 




Sophia de Mello Breyner Andresen recebeu ontem, das mãos do Presidente da República, o Prémio Camões'99. Um prémio-homenagem pela «beleza tão alta e exacta», que fez da sua obra «uma das criações em que nos revemos e de que nos orgulhamos». Um prémio, também, para um dos «mais altos testemunhos do canto da liberdade face à opressão, da justiça ante a iniquidade, da beleza perante a fealdade, da coragem frente ao medo». 



As palavras de Jorge Sampaio emocionaram Sophia, como, já antes, as palavras de António Alçada Baptista (que presidiu ao júri desta 11.ª edição do Prémio Camões) o haviam feito também. Lembrando ser Sophia «um caso raro em que pessoa e obra se confundem», Alçada Baptista descreveu a sua obra como «uma referência essencial do nosso tempo», unindo, «com naturalidade, o ético e o estético». Condição que aplicou à vida, «numa permanente manifestação de solidariedade e apreço pela pessoa humana e pela sua liberdade». E essa «aristocracia de comportamento», frisou, «foi um exemplo para a minha geração». 



Os agradecimentos de Sophia pela atribuição deste prémio, esses, foram feitos de algumas das histórias que viveu, em viagens a Cabo Verde, Brasil, Angola. Olhando agora para trás, disse, «foi aí que senti o que era o Prémio Camões»: em Cabo Verde, perante «uma sala cheia de gente falando português, com uma atenção tão densa que quase se podia tocar»; em Angola, quebrando o protocolo de uma mesa-redonda, transformada em sessão de «leitura de poemas ao longo de três horas». «São as vozes dos portugueses no mundo que constituem o Prémio Camões» e o seu significado, disse, «está na pátria universalizante de que nos falou Magalhães Godinho».

Sophia passou por aqui!

Comemorações do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2019)



Com a atividade "Sophia passou por aqui", a EB 2,3 de Gueifães, pretende evocar a figura única e especial de uma "autêntica princesa da literatura portuguesa"


Lisboa · 27 de Maio de 1998 
Um prémio para Sophia 

"O Búzio de Cós", de Sophia de Mello Breyner Andresen, acaba de ser distinguido pela Fundação Luís Miguel Nava. O galardão é referente aos livros publicados em 1997 e tem o valor de mil contos. 

O Búzio de Cós, de Sophia de Mello Breyner Andresen, acaba de ser distinguido com o Prémio Luís Miguel Nava, referente aos livros publicados em 1997 - revelou ao DN o poeta Gastão Cruz. Este galardão, no valor de mil contos, é atribuído pela primeira vez desde a instituição da Fundação com o nome do poeta de Vulcão. 

domingo, 17 de fevereiro de 2019

É um poema... apenas!














Liberdade

Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.


Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia passou por aqui!

Comemorações do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2019)

Com a atividade "Sophia passou por aqui", a EB 2,3 de Gueifães, pretende evocar a figura única e especial de uma "autêntica princesa da literatura portuguesa"

Urbana ou natural, lusitana ou helénica
S
alta aos olhos na poesia de Sophia a sua inalterável unidade dentro do múltiplo. É sempre uma voz — implacavelmente única e muito nossa conhecida — que fala em seus poemas, invariavelmente surgidos, apesar disso, à distância de toda e qualquer constrição temática. A sua poesia é atemporal ou histórica, atlântica ou mediterrânea, urbana ou natural, lusitana ou helénica, política ou subjectiva, mas sempre se manifesta por tal voz única, que nunca se repete. Subjacente a tudo isso, através de tudo o que escreveu, essa consciência trágica da desaparição, do exílio da beleza do mundo a que estamos condenados, muito dolorida por muito sóbria, que talvez seja um dos fundamentos dessa mesma unidade.
 
O mar é o grande cerne de sua obra, o do Algarve ou o da Grécia, outra grande obsessão sua. Mais visual que musical — embora alcançasse seus maiores momentos quando unia essas duas postulações num todo irretocável — poderia situar-se geneticamente mais para a linha de Cesário Verde do que para a de Camilo Pessanha, não fosse tudo isso falsificações práticas que tentam escamotear a grande musicalidade de Cesário e a espantosa visualidade de Pessanha. Os poemas menos conseguidos de Sophia são, no entanto, aqueles, geralmente mínimos, em que o elemento sonoro parece renunciar a acompanhar o outro, e o complexo milagre do poema curto — que geralmente se resolve numa iluminação ou redunda em fracasso — não se cumpre totalmente, tangenciando às vezes o prosaico, coisa que aconteceu em um ou outro de seus poemas militantes, logo após o 25 de Abril, que lhe deram grande notoriedade em Portugal, mesmo se não fossem dos maiores momentos de sua obra.

 Alexei Bueno, 2004

Sophia passou por aqui!

Comemorações do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2019)



Com a atividade "Sophia passou por aqui", a EB 2,3 de Gueifães, pretende evocar a figura única e especial de uma "autêntica princesa da literatura portuguesa"

O mar único de Sophia

S
 ophia de Mello Breyner Andresen, ou simplesmente Sophia, como era universalmente referida em Portugal, fazia parte, quando do seu muito recente falecimento, de uma espécie de grupo canónico, indiscutido, clássico, dos grandes poetas portugueses vivos, em companhia de Herberto Helder, de Eugénio de Andrade, de António Ramos Rosa, de Mário Cesariny, talvez de muitos poucos outros. Mais velha deles todos, era ainda o grande nome feminino da poesia portuguesa contemporânea. A sua obra, relativamente curta, distingue-se fortemente da de todos os poetas citados, com a excepção talvez da de Eugénio de Andrade, com quem mantinha similitudes. De facto, a sua poesia, essencialmente dominada pelo poema curto, em nada se aproxima dos grandes ciclos poéticos de seu amigo Herberto Helder, nem da pletora quase grafomana de António Ramos Rosa, nem do apelo ao inconsciente de Mário Cesariny. Essencial, clara, cristalina, tudo o que escreveu confirma uma mundivisão ao mesmo tempo uma estética e uma ética, um desejo quase romântico de fusão de vida e obra, que exemplarmente cumpriu.

Alexei Bueno, 2004

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Uma reflexão por dia... que bem te fazia!


É um poema... apenas!

Porque
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.


Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia passou por aqui!

Comemorações do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2019)

Com a atividade "Sophia passou por aqui", a EB 2,3 de Gueifães, pretende evocar a figura única e especial de uma "autêntica princesa da literatura portuguesa"




Lisboa - 06 de Dezembro de 1998
Sophia premiada

A escritora não escondeu a sua emoção ao receber das mãos de Fernando Pinto do Amaral o prémio atribuído pela Fundação Luís Miguel Nava ao livro "O Búzio de Cós e Outros Poemas".
Ao distinguir este livro, o galardão sublinha, mais uma vez, uma obra poética ímpar, que, na oportunidade, Gastão da Cruz definiu como "uma poesia exemplar", de "uma firmeza de discurso nobre e depurado". 
Sophia de Mello Breyner Andresen acentuou, por seu turno, quanto lhe era gratificante um prémio que pretende "lembrar a presença de um jovem poeta entre nós".
 
 
© 1998 Diário de Notícias

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Uma reflexão por dia... que bem te fazia!


É um poema... apenas!


Poesia


Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor
Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma possuirá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.



Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia passou por aqui!

Comemorações do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner (1919-2019)

Com a atividade "Sophia passou por aqui", a EB 2,3 de Gueifães, pretende evocar a figura única e especial de uma "autêntica princesa da literatura portuguesa"


"Sophia contempla na sua escrita, o jogo dos quatro elementos primordiais, nomeadamente: Terra, água, ar e fogo.
Com estes quatro elementos, Sophia, busca a beleza poética e o fascínio, com o intuito de celebrar a vida, o reencontro com os nossos antepassados e, ainda, a relação do ser humano com a vida, com os outros e com o próprio mundo.
Na poesia de Sophia podemos encontrar, ainda, vários aspectos importantes e curiosos, tais como o “fascínio pela pureza original e pela agitação cósmica”, “o feitiço exercido pela água”, “o poder da invocação e da memória” (que permite tornar presente o ausente e o distante) e, para finalizar, “a palavra como agente de transfiguração da realidade…”.
A poesia de Sophia tem, ainda, inseridos alguns sentimentos, ideias e “maneiras de ver as coisas” de um modo diferente e poético. Podemos terminar, dizendo que, na sua escrita, a autora busca a ordem do mundo, a modelação do caos para a criação do cosmos; conserva e reforça, continuamente, uma relação com o mar, o vento, o sol, a luz e a terra; é feita de compromissos com a realidade objectiva; o mar é o símbolo da vida e da morte; apresenta um papel formativo ao promover a consciencialização; busca na lição grega, não apenas, um legado cultural, mas sobretudo, os seus ideais, estética e razão.
Finalizo dizendo que, emerge uma função mágica que nos leva a compreender a fragilidade humana".

Sem autor, 1999

Sophia passou por aqui!

Comemorações do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen(1919-2019)

Com a atividade "Sophia passou por aqui", a EB 2,3 de Gueifães, pretende evocar a figura única e especial de uma "autêntica princesa da literatura portuguesa"


Há 20 anos, quando Sophia completou 80 anos!
Oitenta rosas para Sophia
Por Alexandra Lucas Coelho, PÚBLICO, 06 de Novembro, 1999

Sophia é uma forma absoluta de estar no mundo à espera das coisas belas. Cresceu entre rosas nocturnas e manhãs de mar. Escreveu desde o princípio. Lutou com a palavra, quando foi preciso. Não teve medo. Continuamos a aprender com ela. Faz hoje 80 anos.

As rosas


Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tardes luminosas,
O vento bailador das Primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas.

Sophia de Mello Breyner Andresen
"Dia do Mar" (1º ed. Ática 1947, incluído no vol. I da "Obra Poética", ed. Caminho)


Era mesmo assim, como no primeiro verso deste poema: noite escura, a jovem Sophia saía para o jardim da avó, semi-abandonado, colhia braçadas de rosas e trazia-as para casa. Punha-as numa jarra, frente à janela do seu quarto. E, enquanto escrevia, desfolhava-as e trincava-as. Não é preciso perguntar porquê: o poema diz. 

O que apetece hoje, dia em que Sophia de Mello Breyner Andresen faz 80 anos, é levar-lhe uma braçada de rosas para ela pôr junto à sua janela, com vista para o jardim que Gonçalo Ribeiro Telles desenhou, e para o rio. Na casa da Travessa das Mónicas, em Lisboa, de que Sophia tanto gosta e onde vive praticamente desde que deixou o Porto e veio para Lisboa. 

Foi precisamente no Porto que nasceu, na Quinta do Campo Alegre, numa casa grande, sempre cheia de irmãos - João Henrique, Thomaz e Gustavo - , de primos - entre eles, Ruben A. -, de tios, de avós, rodeada de um parque enorme, tão grande que se podia caçar (...)

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Sophia passou por aqui!

Comemorações do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner (1919-2019)

Com a atividade "Sophia passou por aqui", a EB 2,3 de Gueifães, pretende evocar a figura única e especial de uma "autêntica princesa da literatura portuguesa"



Um dia

Um dia, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.

O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nossos membros lassos
A leve rapidez dos animais.

Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.




Sophia de Mello Breyner

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

É um poema... apenas!


Mar Sonoro


Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim.
A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho.
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só para mim.

Sophia de Mello Breyner Andresen

27 de janeiro - Dia em Memória das Vítimas do Holocausto


AS MARCAS DO HOLOCAUSTO!

Para que a memória deste horror nunca se apague e a História nunca consinta a repetição de semelhante barbárie!


A escola EB 2/3 de Gueifães  assinala este dia, com um pequeno memorial, que pode ser visitado no átrio da BE.

Deste modo, associou-se à Resolução da Assembleia da República n.º 10/2010, de 2 de Fevereiro], que visa "lembrar e homenagear a memória das vítimas que pereceram, assim como assumir o compromisso de promover a memória e a educação sobre o Holocausto nas escolas e universidades, nas nossas comunidades e outras instituições, para que as gerações futuras possam compreender as causas do Holocausto e refletir sobre as suas consequências."

Aqui ficam algumas fotos que registam o momento!
Marcas do Holocausto

Memorial

Contra o Esquecimento

Não se apague a memória!


Os mais interessados poderão ler alguns dos títulos que existem na BE e que deram o mote a este Memorial - "As Marcas do Holocausto". A maior parte dos documentos selecionados está relacionada com testemunhos diretos de quem viveu este drama.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Dia da Internet mais Segura 2019 - 05 de fevereiro

Caderneta de Cromos Digital “Surfar na Net em Segurança com o Xico e os amigos”Caderneta de Cromos Digital “Surfar na Net em Segurança com o Xico e os amigos”
Faz a coleção completa. 123 cromos digitais e sabe com estar em segurança na Net!
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃOData: 12-09-2018 a 24-02-2019Agenda: NacionalLocal: Todo o paísPromotor: IPDJ | Centro Internet SeguraContactos: Linha da Juventude 800 20 30 50

 Agora, também podes colecionar a banda desenhada da Internet Segura!
Numa parceria entre o IPDJ e o Centro Internet Segura, trazemos até ti os conselhos para navegares na internet de uma forma segura e responsável
Com a Caderneta «SURFAR NA NET EM SEGURANÇA» podes aprender e divertir-te, acompanhando as aventuras do Xico e dos seus amigos.
Ao finalizares a Caderneta digital receberás gratuitamente uma caderneta física.
São 123 cromos que vais poder colecionar divertindo-te.
A Caderneta digital é gratuita, com saquetas disponíveis a cada 24 horas.

Como podes aceder à caderneta?|
Deverás registar-te no site da Colara - http://www.colara.pt
E escolher esta caderneta para colecionar os cromos.
A Caderneta  é dirigida a alunos, pais e encarregados de educação, professores e comunidade em geral.
Criada e desenvolvida pelo IPDJ em colaboração com a DGE/ERTE e a Colara, no âmbito do projeto Internet Segura.
Este instrumento de sensibilização para uma navegação segura na internet surge como concretização do plano de ação do projeto Internet Segura aprovado pela Comissão Europeia e co-financiado pelo Mecanismo Interligar a Europa.


Tem como objetivo principal informar e sensibilizar o público mais jovem e os pais e encarregados de educação para o uso seguro e responsável da internet.

 Nele são abordadas várias temáticas, de forma lúdica, através de tiras de BD:
  • Jogos Online,
  • Proteção de Dados,
  • Redes Sociais,
  • Notícias Falsas,
  • Ciberbullying,
  • Privacidade e muitas outras.
Diverte-te e aprende a navegar em segurança na internet, acompanhando as histórias e aventuras do Xico e dos seus amigos!