Bem-vindo ao Blogue das Bibliotecas Escolares do agrupamento da Maia!

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Poesia... para começar bem o dia!


POEMA DE CHARLOTTE  DELBO 
Heroína francesa resistente da 2ªGuerra Mundial


Súplica aos vivos

Eu suplico-vos
fazei qualquer coisa
aprendei um passo
uma dança
alguma coisa que vos justifique
que vos dê o direito
de vestir a vossa pele o vosso pêlo
aprendei a andar e a rir
porque será completamente estúpido
no fim
que tantos tenham sido mortos
e que vós viveis
sem nada fazer da vossa vida.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Poesia... para começar bem o dia!

Para Anne F.

Querida Anne,
O que escreves é verdade.
Os adultos agem sem pensar.
Bombas mandam atirar,
para de um país se apoderar.
Poluem o ar,
a praia, o mar.
Conduzem muito depressa,
bebem até perder a cabeça.
Separam-se os casais
ou fazem cenas teatrais.
Mas eu tenho um sonho belo:
Um dia...
De outra maneira havemos de fazê-lo!

A tua amiga

Kitty


Theo Olthuis

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Poesia... para começar bem o dia!



O almoço dos pardais
Uma pereira vaidosa gritou:
“Não há peras como as minhas!”
A cerejeira vaidosa gritou:
“Não há cerejas como as minhas!”
A macieira vaidosa gritou:
“Não há maçãs como as minhas!”
Os pardais ouviram isto e chilrearam:
“Vamos ver se é verdade!”
Comeram as peras, as cerejas e as maçãs.
E chamaram a tudo…um figo!

Maria Alberta Menéres



quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

8ª edição - Concurso Nacional de Leitura


Na EB 2/3 de Gueifães, no dia 16 de janeiro, realizou-se a 1ª fase deste concurso.
As obras lidas foram "História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar", de Luís Sepúlveda; "Os Lusíadas para Gente Nova", de Vasco Graça Moura e " Os Livros que Devoraram o Meu Pai", de Afonso Cruz.
Parabéns aos três alunos apurados para a segunda fase do concurso, agora a nível concelhio:
    - Catarina Duarte Leite;
- Pedro Tiago Mariano Castro e Silva
- Diogo Augusto Coutinho Pereira.

Poesia... para começar bem o dia!


Nirvana

Paz das montanhas, meu alívio certo.
O girassol do mundo, aberto,
E o coração a vê-lo, sossegado.
Fresco e purificado,
O ar que se respira.
Os acordes da lira
Audíveis no silêncio do cenário.
A bem-aventurança sem mentira:
Asas nos pés e o céu desnecessário.


Miguel Torga

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Poesia... para começar bem o dia!

Paz para os crepúsculos que vêm,
paz para a ponte, paz para o vinho,
paz para as letras que me buscam
e sobem em meu sangue, entrelaçando
o velho canto com terra e amores,
paz para a cidade na manhã
quando desperta o pão, paz para o rio
Mississipi, rio das raízes:
paz para a camisa do meu irmão,
paz no livro como um selo de ar,
paz  para o grande kolkhose de Kiev,
paz para as cinzas destes mortos
e dos outros mortos, paz para o ferro
negro de Brooklin, paz para o carteiro
de casa em casa, como o dia,
paz para o coreógrafo que grita
para as trepadeiras com um funil,
paz para a minha mão direita,
que quer apenas escrever Rosário:
paz para o secreto boliviano
como pedra de estanho, paz
para que tu te cases, paz para todas
as serrações de Bio-Bio,
paz para o coração dilacerado
de Espanha guerrilheira:
paz para o pequeno Museu de Wyoming
onde o mais doce é
uma almofada com um coração bordado,
paz para o padeiro e os seus amores
e paz para a farinha: paz
para todo o trigo que deve nascer,
paz para todo o amor que procura folhagem,
paz para todos os que vivem: paz
para todas a terras e as águas.
                                  (...)


Pablo Neruda (Chile)

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Poesia... para começar bem o dia!

O Sonho

O sonho é
A linha da vida
Perfeita como a do horizonte.
O sonho é
Mozart a tocar
para nos acordar.
O sonho é o príncipe a jurar
Que quer ser bobo.
O sonho é
Um abraço grande
Como a ternura dos meninos.
O sonho é
O muro de Berlim
Transformado em bola de Berlim!



José Jorge Letria

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Poesia... para começar bem o dia!

Eu podia escolher

Não tinha ideia.
Escolhi a paz.

A verdade e a beleza
Deixei-as ir
E também a sageza e a nostalgia –
Até o amor,
Que tão embevecido me olhava,
Negras nuvens com ele se deslocavam.

Paz, era paz.
E nos recônditos da minha alma
Dançavam seres de que nunca tinha sequer ouvido!

E no céu pendia um outro sol.


Toon Tellegen (Países Baixos)

"Todos iguais na diferença"


Até 25 de janeiro, a Biblioteca Municipal da Maia, tem patente a exposição "Todos iguais na diferença", que pode ser visitada gratuitamente, de terça-feira a sábado, entre as 09h00 e as 22h30, e à segunda-feira, entre as 18h00 e as 22h30. Integrada no projeto "Redes para o desenvolvimento: da geminação a uma cooperação mais eficiente", esta exposição/mostra pretende ser uma ação de Educação para o Desenvolvimento, sensibilizando e consciencializando as crianças do nosso Município para os modos de vida de crianças de outros países, mais especificamente Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
Pretende-se mostrar aspetos do dia-a-dia de crianças destes países, salientando que somos "Todos Iguais na Diferença". Assim, fazem parte desta ação uma mostra fotográfica que ilustra a realidade de crianças de PALOP, bem como um conjunto de livros de histórias infantojuvenis que também retratam as diferenças culturais e as tradições específicas de cada país, enquanto ao mesmo tempo partilham aspetos comuns a todas as crianças, independentemente da sua origem - são, portanto, "Histórias para Crianças do Mundo".
Esta iniciativa será itinerante e deverá posteriormente percorrer todas as bibliotecas escolares do Município, até 2015.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Poesia... para começar bem o dia!

E se...

E se o tempo traz de volta
Mais dúvidas em meu redor
Inferno é, desgosto a vida –
Não há-de haver nada pior.

Quando, em silêncio envolto, creio
Que a paz é meu esteio maior,
Prazer é, paraíso a vida –
Não há-de haver nada melhor.

Gheorghe Bacovia (Roménia)

Prémio Nobel da PAZ

Cada início de ano é uma oportunidade para mergulharmos na essência das coisas, da vida e das atitudes. No mês que começa com o Dia Mundial da Paz - janeiro, a biblioteca promove uma exposição a propósito do Prémio Nobel da Paz.
Cada dia poderás fazer uma viagem àquilo que vale, que conta, que tem valor - a PAZ. E àqueles que por esta razão se distinguiram.

Visita a exposição bibliográfica e documental e fica a conhecer um pouco destes vencedores.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Os livros e a PAZ!


Título: Chamo-me... Teresa de Calcutá"
Autores: Carmen Gil
Sinopse: O livro começa com uma auto-apresentação. No final inclui um quadro cronológico com os principais acontecimentos da sua vida por décadas e, paralelamente, os principais acontecimentos da História, da Ciência/Técnica e das Artes/Cultura.

Poesia... para começar bem o dia!

Na biblioteca da escola depois da guerra

 Ao entrar sinto a cara a arder:
montes de livros, migalhas de cultura e de beleza
juncam o chão como espigas calcadas
após a passagem de um brutal furacão.

A poeira da guerra veio pousar nos lábios
dos homens de génio. Vozes incorruptíveis
a troar por cima do espaço e do tempo.
Mas incapazes de esmagar as botas do fantasma.

Apanho o livro pouco espesso furado
por uma bala. A chaga é horrível.
Todas as folhas estão manchadas de sangue.

Abro. Leio. Não posso reter as lágrimas
quando o título vem dançar diante dos meus olhos:
«Os sonetos sangrentos de Hviezdoslav».


Julius Lenko (Eslováquia)

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Os livros e a PAZ!

Título: Chamo-me... Gandhi
Autores: Lara Toro
Sinopse: O livro começa com uma auto-apresentação - «Chamo-me...Gandhi. Ao longo da minha vida, pude demonstrar que a violência é a pior forma de lutarmos pela igualdade entre os homens e as mulheres. Eu não só era contra a guerra como acreditava que o peso das palavras e os exemplos de vida são as melhores armas para combatermos o inimigo».

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Poesia... para começar bem o dia!

A vida

... é o sonho vivido;
É a luz que cega o olhar...
É um raio que passa
e nos deixa seu rasto! É uma criança a sorrir
ou a chorar.
É a água que foge dos dedos
sem alguém a conseguir agarrar!
É o sol
É o beijo
É o amor que nos liga
É a esperança
que nos leva a esperar!

Escola Preparatória de Gueifães
Janeiro de 1988
Mónica Maia, 8º ano, turma X 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Poesia... para começar bem o dia!



Capacete

Capacete de soldado
só é bom quando servir
de vaso de flor,
malga de sopa
ou regador.

João Pedro Mésseder
Pequeno livro das coisas, Caminho, 2012

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Os livros e a PAZ!


Título: O Livro da Paz
Autores: Todd Parr

Sinopse: Paz é viajar para sítios diferentes. Paz é manter alguém quentinho. Paz é ter um lar. Abre este livro e descobre as diferentes formas de paz.

Poesia... para começar bem o dia!

Se os homens quisessem...

Se os homens quisessem juntar as
nações como irmãs e respeitar-se 
uns aos outros,
Aí, sim, haveria paz.

Se os homens quisessem parar a guerra
e deixar de utilizar a máquina que mata
e o espírito que tortura,
Aí, sim, haveria paz.

Mas para que esses sonhos que temos
se tornarem realidade
era preciso
que os homens quisessem...

Escola Preparatória de Gueifães
janeiro de 1988
Rui Filipe Pereira, 5º ano, turma 1

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Os livros e a PAZ!

Título: Lá Longe, a Paz - A Guerra em Histórias e Poemas
Autores: Manuela FonsecaCarol FoxAnnemie LeysenIrène Koenders
Sinopse: Este projeto, desenvolvido no âmbito do Programa Sócrates e apoiado pela União Europeia, foi iniciado por Annemie Leysen, na Flandres (Bélgica) e duas edições (neerlandesa e inglesa) foram já publicadas. 
Professores de três países europeus, Bélgica, Reino Unido e Portugal, recolheram textos em todos os géneros literários sobre o tema da Guerra e da Paz - poemas, novelas, contos, ensaios, excertos de peças de teatro e bandas desenhadas. O resultado é esta antologia de textos, dramaticamente atual, agora publicada na língua portuguesa. 
Nesta antologia a guerra é retratada através de textos escritos por jovens, para jovens e sobre jovens, tendo como horizonte a Paz. A geografia do mundo em conflito é traçada: do nazismo ao salazarismo, da Irlanda à Jugoslávia, do Ruanda a Angola, de Timor à Palestina… fazendo deste livro um excelente instrumento de trabalho, na abordagem destas temáticas, para pais e educadores.

Poesia... para começar bem o dia!

As mãos


Com mãos se faz a paz se faz a guerra
Com mãos tudo se faz e se desfaz
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedra estas casas mas
de mãos E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

Manuel Alegre, in “O Canto e as Armas”

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Meia-Asa



BIOGRAFIA

André Santos Oliveira nasceu na Maia em 1998 e, desde muito cedo, revelou um profundo interesse pela leitura e pela escrita, particularmente pela poesia, tendo escrito os seus primeiros poemas com apenas 10 anos. Incentivado por familiares, amigos e professores, empenhou-se em desenvolver a sua propensão para as letras e em tentar transformar o que pensa, sente e vê em versos. Assim, tem vindo a participar em vários concursos e encontros literários que lhe têm permitido partilhar a sua escrita e adquirir alguma experiência. 

Atualmente frequenta o Ensino Secundário na área de Línguas e Humanidades. 


SINOPSE
Meia-Asa reúne poemas que abordam de uma forma íntima e intensa descobertas, dúvidas, medos, experiências e vontades que são comuns a todos os adolescentes. O próprio título é uma metáfora da adolescência. A adolescência enquanto a fase etária em que recriámos internamente o mundo face à necessidade de refletirmos sobre tudo isto que nos envolve e que nos silenciará um dia.
Um livro que rebenta da interioridade de todos nós, porque a inquietação, o espanto e o deslumbramento são os motores da racionalidade humana. Um livro que se estende ao leitor como um testemunho, como um lembrete que recorda a importância da poesia no amor à vida.