Bem-vindo ao Blogue das Bibliotecas Escolares do agrupamento da Maia!

terça-feira, 31 de março de 2020

Livros para escutar - Não faz mal ser diferente - Todd Parr



NESTE TEMPO DE CONFINAMENTO,

OUVIR HISTÓRIAS É TAMBÉM UMA FORMA DE CURA!

segunda-feira, 30 de março de 2020

É um poema... apenas!

CREIO NOS ANJOS QUE ANDAM PELO MUNDO


Creio nos anjos que andam pelo mundo,
Creio na Deusa com olhos de diamantes,
Creio em amores lunares com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes,

Creio num engenho que falta mais fecundo
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo eterno num segundo,
Creio num céu futuro que houve dantes,

Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além,

Creio no incrível, nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o Amor tem asas de ouro. Ámen.

Natália Correia

Desafios de leitura para março - a LER+ sobre a mulher


Mary Quant


A sua criação maior, a mini-saia, foi a imagem de marca de uma geração

É ela que, com as suas criações, melhor veste a imagem da geração dos anos 60.
Mary Quant nasceu em Fevereiro de 1934, em Londres, e foi a designer de moda responsável pela popularidade mundial da mini-saia.
Tendo como fonte de inspiração a juventude, deu aos anos 60 uma imagem de frescura, em pleno reinado das saias e casacos compridos.
Nos anos 70, desenha lingerie, óculos e acessórios incontornáveis.
O seu trabalho valeu-lhe ser nomeada membro da Ordem do Império Britânico.

Livros para escutar - Uma aventura debaixo da terra



NESTE TEMPO DE CONFINAMENTO,

LER É TAMBÉM UMA FORMA DE CURA!

domingo, 29 de março de 2020

Cristóvam - Andrà Tutto Bene (Português)



NESTE TEMPO DE CONFINAMENTO,

CANTAR É TAMBÉM UMA FORMA DE CURA!

Desafios de Leitura para março - a LER+ sobre a mulher


Vieira da Silva
É a pintora portuguesa mais representada em coleções no mundo inteiro

Como nenhum outro artista português, Maria Helena Vieira da Silva, está representada em museus dos 4 cantos do Mundo.
Nasceu em Lisboa, em 1908, e desde pequena viajou bastante. Sem se influenciar por modas, atribuiu toda a sua atenção a cada quadro que pintava. Com treze anos já via a sua obra apreciada. Muda-se para Paris para aprofundar o conhecimento em escultura. Cedo se apercebe que a tela é a sua eleita. Casada com Arpad Szènes, muda-se para o Brasil onde começa a fazer parte integrante do meio artístico.
Faleceu em Paris, a 6 de Março de 1992. 
Porém, só nos últimos anos da sua vida viu o seu trabalho reconhecido na terra que a viu nascer.

Livros para escutar - "Da cabeça até aos pés" | Livros | Zig Zag



NESTE TEMPO DE CONFINAMENTO,

LER É TAMBÉM UMA FORMA DE CURA!

sábado, 28 de março de 2020

Uma mensagem sobre o Coronavírus | Augusto Cury

Livros para escutar - Raquel Patriarca - História antiga feita hoje



NESTE TEMPO DE CONFINAMENTO,

LER É TAMBÉM UMA FORMA DE CURA!

Desafios de Leitura para março - a LER+ sobre a mulher!


Pearl Sydenstricker Buck

Foi uma escritora americana, da Virgínia Ocidental.
Nasceu a 26 de junho de 1892. Viria  a falecer 6 de março de 1973. 
Escreveu em 1930 Vento Leste, que obteve grande reconhecimento da crítica. A obra A Boa Terra, de 1931, vendeu 1 milhão e 800 mil cópias somente no primeiro ano e, por ela, recebeu o Prémio Pulitzer em 1932
Venceu também o Prémio Nobel de Literatura em 1938.


Desafios de leitura

Título: Terra Abençoada
Autora: Pearl S. Buck
Editora: Clube do Autor, setembro de 2016

Sinopse:
China, no início do século XX. Foi na cidade de Anhwei que Wang Lung nasceu e foi lá que ele fez-se homem. Este camponês vive com o seu velho pai, a quem teme desiludir, e por isso segue a fio todas as suas ordens. O sustento destes homens vem e sempre veio da terra; gota a gota de suor, Wang arranca dela o alimento e, do alimento, o dinheiro. O velho viúvo patriarca, que com o avançar da idade necessita de cuidados redobrados, decide arranjar uma mulher para se inteirar desses trabalhos, e decide juntar o útil ao agradável: manda o filho escolher/comprar uma escrava à Casa de Hwang, a mansão mais sumptuosa da cidade, para casar com ele. E assim a jovem de vinte anos chamada O-lan entra na sua vida.
Por esta escrava um pouco lenta e néscia, «uma criada de servir, fiel e muda», Wang Lung não sente qualquer sentimento nos primeiros meses em que estão casados. Aos seus olhos e aos do pai, O-lan é simplesmente um objecto, mesmo quando a sua barriga começa a emergir, para dar vida ao primeiro dos cinco filhos que eles virão a ter: Nung En, Nung Wen, a «tolinha» e o casal de gémeos.
A vida de quem subsiste da terra é imprevisível, ora os “frutos” que dela extraem são abundantes, ora não chegam a eclodir. Na primeira vaga de fome a assolar a cidade, eles partem para Kiangsu, no sul do país, «antes que nos esqueçamos de que somos humanos e comecemos a comer-nos uns aos outros». Depois de uns tempos a família regressa à terra, e com o passar dos anos e décadas, com o proveito que a terra lhe dá, Wang Lung vai adquirindo mais parcelas de terra, tornando-se um homem rico.
Ambição, abundância, determinação, orgulho, poder, submissão, pobreza, subserviência, resiliência, de tudo isto fala esta história que tem como fundo a China rural e pré-revolucionária.
Pearl S. Buck (1892-1973) viveu durante quarenta anos na China, e por isso a etnografia e modus vivendi das gentes deste país está traçada de forma intensa, vívida. Em Terra Abençoada, é bem notória a habilidade que a escritora tinha para observar e descrever esta cultura.
Em suma, esta obra agora reeditada pela editora Clube de Autor (pertencente à colecção ‘Os Livros da Minha Vida’), cuja tradução esteve a cargo de Dina Antunes e cujo prefácio assina Helena Sacadura Cabral, é um romance de sublime feitura, com personagens e passagens inesquecíveis. Um clássico intemporal.

sexta-feira, 27 de março de 2020

Livros para escutar - Aqui há Gato História "Eu Vou Sempre Gostar de Ti"



NESTE TEMPO DE CONFINAMENTO,

LER É TAMBÉM UMA FORMA DE CURA!

Desafios de Leitura para março – a LER+ sobre a mulher


Elfriede Jelinek

De origem austríaca, marcou o panorama teatral e literário germânico e europeu do fim do século XX, como nenhuma outra autora. 
Eminentemente política e feminista, soube forjar uma linguagem muito própria que utiliza como arma artística e estética contra os males e vícios das sociedades modernas – a exclusão das diferenças, os abusos de poder, os pesos sociais que asfixiam, esmagam e destroem. 
Foi premiada com o prémio Nobel da Literatura em 2004.

Livros para escutar - A história da Maria Castanha



NESTE TEMPO DE CONFINAMENTO,

LER É TAMBÉM UMA FORMA DE CURA!

É um poema... apenas!

Que a gente aprenda a valorizar

o abraço antes da ausência.
O sorriso antes da lágrima.
O momento que antecede a despedida.
A luz de dias calmos.
O amor sem nada em troca.
Que a vida nos ensine a tempo o que é precioso cultivar.
A alegria anterior aos tempos difíceis.
A presença antes da falta.
Que tenhamos sabedoria a tempo
para termos tempo de realizar.
É verdade que a vida voa,
mas também recomeça a cada dia,
nos dando a infinita possibilidade de recomeçar.


Erick Tozzo

quinta-feira, 26 de março de 2020

Desafios de Leitura para março – a LER+ sobre a mulher


Maria João Pires
  
Maria João Pires
 


Exímia intérprete de Chopin e de Mozart, é a mais virtuosa pianista portuguesa

Com um reconhecimento internacional que data de 1970, tem, a par de uma carreira de recital e de concerto um profundo domínio da música de câmara.
Desde 1989 que se juntou em duo ao violinista Augustin Dumay, tendo percorrido o mundo em concertos.
Nascida em Lisboa em 1944, com apenas cinco anos dá o seu primeiro recital de piano.
Universalmente reconhecida como intérprete de Chopin e de Mozart, é convidada em 1984, para atuar no festival Mozart de Salsburgo. Numa vida dedicada à música, Maria João Pires já passou pelas melhores salas do mundo e foi conduzida pelos maiores maestros. 
Quando se aproxima de um piano faz magia!

É um poema... apenas!

A cura
Kathleen O ' Meara

E as pessoas ficaram em casa.
E leram livros e ouviram música
E descansaram e fizeram exercícios
E fizeram arte e jogaram
E aprenderam novas maneiras de ser
E pararam
E ouviram mais fundo
Alguém meditou
Alguém rezava
Alguém dançava
Alguém conheceu a sua própria sombra
E as pessoas começaram a pensar de forma diferente.
E as pessoas curaram.
E na ausência de gente que vivia
De maneiras ignorantes
Perigosos, perigosos.
Sem sentido e sem coração,
Até a terra começou a curar
E quando o perigo acabou
E as pessoas se encontraram
Eles ficaram tristes pelos mortos.
E fizeram novas escolhas
E sonharam com novas visões
E criaram novas maneiras de viver
E curaram completamente a terra
Assim como eles estavam curados.
Kathleen O ' Meara
Poema escrito em 1839.
"Curar": o maravilhoso poema de Kathleen O ' Meara (1839).

Livros para escutar! O LIVRO DOS SENTIMENTOS - Todd Parr




NESTE TEMPO DE CONFINAMENTO,

LER É TAMBÉM UMA FORMA DE CURA!



«Ler. 
Ler histórias durante o período de confinamento que temos de atravessar em nome do regresso à vida. Para voltarmos a ela o mais rapidamente possível. Mas enquanto durar a prisão, vamos abrir as nossas vidas às palavras. Estas são capazes de iluminar grutas interiores de cuja existência mal suspeitávamos até elas se nos revelarem.
Dediquemos tempo à leitura.»
Tomás Sánchez Santiago

quarta-feira, 25 de março de 2020

Desafios de Leitura para março – a LER+ sobre a mulher



Prémio Nobel da Literatura em 1996, poetisa, crítica literária e tradutora polaca, vive em Cracóvia, onde se formou em Filologia Polaca e Sociologia pela Universidade Jaguellonica. A sua extensa obra, traduzida em 36 línguas, foi caracterizada pela Academia de Estocolmo como «uma poesia que, com precisão irónica, permite que o contexto histórico e biológico se manifeste em fragmentos da realidade humana», tendo sido a poetisa definida, ela própria, como «o Mozart da poesia».

Livros para escutar - O LOBO QUE QUERIA MUDAR DE COR



O LOBO QUE QUERIA MUDAR DE COR - Orianne Lallemand e Éléonore ThuillierLivros para escutar 

Uma reflexão por dia... que bem te fazia!

NESTE TEMPO DE CONFINAMENTO,   

LER É TAMBÉM UMA FORMA DE CURA! 



Há alguns dias, ouvia-se: 
 
«Ler. Ler histórias durante o período de confinamento que temos de atravessar em nome do regresso à vida. Para voltarmos a ela o mais rapidamente possível. Mas enquanto durar a prisão, vamos abrir as nossas vidas às palavras. Estas são capazes de iluminar grutas interiores de cuja existência mal suspeitávamos até elas se nos revelarem.

Dediquemos tempo à leitura.» 

Tomás Sánchez Santiago

segunda-feira, 23 de março de 2020

Livros para escutar - A Laaurinha já não é bebé, ...



Rui Portulez - A Laurinha já não é bebé, mas ainda é...

Desafios de Leitura para março – a LER+ sobre a mulher


Benazir Bhutto

Pioneira na mudança de mentalidades, governou no feminino e quebrou tabus

De acordo com a forte tradição hindu, as mulheres realizam o seu papel na vida, somente, enquanto progenitoras.
Revolucionando toda uma instituição, Benazir Bhutto é eleita, em 1988, primeira-ministra do Paquistão. Nascida em 1953, em Karachi, acompanhou de perto a presidência de seu pai, Zulfikar Ali Bhutto. Com ele, foi vítima de um regime militar repressivo que a manteve sob prisão durante cinco anos.
Consciente da condição feminina, segue os passos de seu pai, bem como a sua ideologia, na luta pela liderança.
Politicamente inexperiente, mas com ideias claras de justiça, Benazir Bhutto triunfou como mulher num mundo de homens.
O mundo perdeu uma grande mulher em 2007.

domingo, 22 de março de 2020

A Primavera não sabia



Irene Vella
publicado no jornal Petit Hong Kong em francês, traduzido pelo Ricardo Capelo



LEITURA PARA O COVID-19 ACHAR QUE JÁ MORREU

É tempo de parar...

Conto para crianças sobre o Coronavírus

O monstro minúsculo que queria ser rei

Num lugar muito longe daqui, havia um monstro minúsculo, tão pequeno, tão pequeno que ninguém conseguia vê-lo à vista desarmada. No entanto, tinha muito mau feitio e uma enorme ambição: tornar-se num gigante e ser rei absoluto. Como tinha nascido com uma coroa na cabeça, achava que tinha direito a dominar todo o planeta.
Um dia, foi consultar uma bruxa malvada muito poderosa e disse-lhe:
- Ouve lá, ó bruxa maléfica, estou decidido a tornar-me num gigante e a ser o rei absoluto deste planeta. Se me ajudares a consegui-lo, recompensar-te-ei e nomear-te-ei minha Primeira Conselheira.
A princípio, a bruxa achou que aquele monstro minúsculo não devia estar bom da cabeça. Ainda por cima, manifestava uma irritante falta de respeito. Chegou mesmo a pensar lançar-lhe um feitiço que o transformaria num sapo ou, como era tão pequeno, num grão de pó. Mas depois reconsiderou, pensando que aquilo até podia ser divertido e respondeu:
- Combinado! Se fizeres tudo o que eu disser, ajudo-te a conseguir o que pretendes.
Virou costas e foi para junto do seu caldeirão, criar um feitiço especial.
Passado algum tempo, a bruxa chamou o monstro minúsculo e disse-lhe:
- Já preparei um feitiço que te permitirá realizar o teu desejo. Mas, para isso, há algumas condições.
- Ai sim? - disse o monstro minúsculo - Que condições são essas?
- Primeiro, tens de prometer que farás tudo o que eu disser, como eu disser e quando eu disser.
- Está bem, prometo! - resmungou o monstro minúsculo, com maus modos.
A bruxa explicou então:
- Para poderes ser o rei do mundo, tens de subjugar os humanos, que são quem, neste momento, domina o planeta. Vais entrar dentro deles e submetê-los à tua vontade. No entanto, tens um tempo limitado para habitar o corpo de cada um, antes que te consigam expulsar.
- De acordo - disse o monstro minúsculo. - E que mais?
- Só podes ir de humano em humano quando eles estiverem em contacto entre si. Aproveita bem cada aperto de mão, cada abraço e cada beijo para passar para o próximo ou então acaba-se o tempo e não poderás realizar o teu desejo.
- Certo. E que mais?
- Quando estiveres dentro de cada um, faz o que puderes para dominar o corpo que invadiste. Obriga-os a tossir para tornar mais fácil e rápida a tua acção. E olha que não vai ser fácil, sobretudo com os mais jovens. Por isso, aproveita especialmente os mais velhos, em particular os que já estiverem doentes.
- Percebi. Não me parece nada difícil. Vai ser canja, hehehehe! Já me estou a ver: enorme, do tamanho do mundo, com o planeta todo às minhas ordens.
- Não te entusiasmes demasiado - disse a bruxa. - Ainda temos muito que fazer. Agora, salta para dentro do meu nariz e vamos ao trabalho!
O monstro minúsculo saltou para dentro do nariz da bruxa e começou a multiplicar-se. Esta disfarçou-se de velhinha simpática e foi até ao mercado, que àquela hora estava a abarrotar de gente. Na mão, levava uma cesta cheia de maçãs, vermelhinhas e sumarentas, para cima das quais havia tossido.
- Olh'ás maçãs vermelhinhas e sumarentas!!! - apregoava ela. - Quem quer comprar as minhas maçãs maduras e deliciosas?
Ao mesmo tempo, ia cirandando entre as bancas do mercado e tossindo para cima das pessoas e das mercadorias e tocando em tudo com as mãos sujas.
Constatando que poucos queriam comprar as maçãs, começou a oferecê-las:
- Olh'ás maçãs vermelhinhas e sumarentas!!! Ó freguês, pague uma e leve três!
A pouco e pouco, o monstro minúsculo começou a entrar pelos narizes e bocas das pessoas que por ali andavam, sem que estas dessem por isso. Quando encontravam algum amigo ou conhecido, as pessoas cumprimentavam-se efusivamente, ajudando assim a passar o monstro minúsculo que as contaminava.
Dias depois, começaram a surgir os primeiros sintomas da invasão: algumas pessoas sentiram-se muito cansadas, com febre e com tosse. As mais vulneráveis tiveram que ser hospitalizadas e, a cada dia que passava, apareciam mais casos. Algumas pessoas não resistiam...
Na sua cabana, a bruxa malvada gargalhava, a cada má notícia que ouvia sobre o assunto. Por seu lado, o monstro minúsculo andava nas suas sete quintas e crescia de dia para dia. Começou por ter sob o seu domínio uma cidade e depois outra e outra.
Quando já controlava o país inteiro, espalhou-se pelos restantes países. Os estrangeiros que estavam de visita levavam-no na bagagem para as suas terras e ajudavam, sem saber, à sua propagação.
O monstro minúsculo começou então a lançar na cabeça das pessoas a semente do medo. Não tardou que o pânico alastrasse e estas começaram a acumular comida e outros bens essenciais. Alguns até compraram armas. Mas esta era uma guerra invisível, porque ninguém sabia como combater o monstro minúsculo.
Os governantes dos países atingidos chamaram os feiticeiros oficiais, mas estes não sabiam como resolver o assunto. Chamaram então os cientistas e pediram-lhes ajuda. Os cientistas estudaram o problema e procuraram uma cura para a doença provocada pelo monstro minúsculo.
Descobriram que este só podia crescer quando as pessoas estavam em contacto entre si. Que se aproveitava de cada aperto de mão, cada abraço e cada beijo para passar de uma para outra. Aconselharam então as pessoas a mudarem os seus hábitos e a ter muito cuidado com a higiene. Aconselharam também que, os que pudessem, ficassem em casa. Só saíam os que tinham mesmo de trabalhar para dar resposta às necessidades do dia a dia.
Muitas pessoas assim o fizeram. Custava muito ficar em casa em vez de ir trabalhar, passear ou tratar dos assuntos habituais. Mas arranjaram maneiras de comunicar e de se apoiarem umas às outras. Vinham para as janelas e para as varandas cantar em conjunto, liam em voz alta, contavam histórias... E diziam umas às outras:
- Vamos ficar bem! Vamos ficar bem!
Assim, o tempo de que o monstro minúsculo dispunha para concretizar o seu plano maléfico ia-se esgotando. A pouco e pouco, voltava a ficar cada vez mais pequeno, o que o deixava tremendamente furioso.
A bruxa malvada acabou também por ser vítima do monstro minúsculo. Ele achava que a culpa do seu falhanço era dela, zangou -se e, como acontece neste tipo de histórias, empurrou-a para dentro do forno e a bruxa rebentou!
O monstro minúsculo ainda anda por aí, mas acredito que as pessoas, que somos todos nós, o iremos vencer. E, no final, vamos ficar bem!

Conto de Carlos Alberto Silva
Professor Bibliotecário do agrupamento de escolas de Porto de Mós

Desafios de Leitura para março - a LER+ sobre a mulher


Toni Morrison 

Foi uma escritora norte-americana. Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1993, graças aos seus romances que relatam as experiências de mulheres negras nos Estados Unidos da América durante os séculos XIX e XX. Amada (1987), o primeiro romance de uma trilogia que inclui Jazz (1992) e Paraíso (1997), ganhou o Prémio Pulitzer de melhor ficção, em 1988, e foi escolhido pelo jornal americano New York Times como "a melhor obra de ficção americana dos últimos 25 anos".

sábado, 21 de março de 2020

É um poema... apenas!

O Universo da Poesia
Rosa Alice Branco


Quando o poema surge inesperadamente
e a mão rodopia como uma tempestade de folhas
ou se acalma no papel,
quando o poema é como se nada estivesse escrito
e nada exista
senão o universo inseparável e inteiro
de que não é possível dizer uma linha
que ninguém se lembra de escrever
absorto a ser o que o universo sempre é,
nesse agora instante
em que o tempo está inscrito
o espaço, o tempo e o poema desaparecem
na presença absoluta da poesia.

Rosa Alice Branco, "A Mão Feliz", Limiar

Dia Mundial da Poesia - Raquel Patriarca diz o Poema Pial de Fernando Pessoa

Dia Mundial da Poesia - 21 de março

Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.

Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo Sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria,
Ao que desconhecemos
E ao que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
-Partimos. Vamos. Somos.

Sebastião da Gama

sexta-feira, 20 de março de 2020

Desafios de Leitura para março - a LER+ sobre a mulher


Indira Gandhi




Amada pelo seu povo que a recorda como uma mãe, provou que merecia governar por mérito e não por herança






Quando a Índia sai do domínio Britânico em 1947, o seu pai torna-se primeiro-ministro. Indira Gandhi (1917-1984) sucede-lhe em 1966. Lutou para mostrar ser mais do que a herdeira de um cargo. Governou a democracia mais populosa do mundo, com mais de 500 milhões de pessoas a viver na pobreza. Foi acusada de manipulação e corrupção, vendo-se envolvida numa batalha judicial que ainda lhe trouxe mais reconhecimento. O povo adorava-a. Tinha-a como uma luz de esperança. Trouxe a independência e lutou por um país desamparado.
Em 1984 é assassinada pelos seus guarda-costas.
Indira foi a mãe de uma nação que ainda hoje a lembra com admiração na busca da estabilidade.



Carta do COVID19 para a Humanidade

Sugestões para os Encarregados de Educação apoiarem os seus educandos

quinta-feira, 19 de março de 2020

É um poema... apenas!


Aos amigos



Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
-Temos um talento doloroso e obscuro.
construímos um lugar de silêncio.
De paixão.

Herberto Helder

Desafios de Leitura para março - a LER+ sobre a mulher



Rosa Mota 


 A vontade e a extraordinária capacidade aliam-se à simplicidade com que vive

Foi com uma lágrima de orgulho que os portugueses a viram subir ao pódio nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988. Filha do Norte, Rosa Maria Correia dos Santos Mota nasceu no Porto, na primavera de 1958. Tem como filosofia inquestionável que “conviver com os amigos é o melhor da vida”. Assim, não se priva, ainda hoje, do treino diário com o companheiro, e treinador de longa data, José Pedrosa.
O anti vedetismo e a simplicidade fazem desta atleta um verdadeiro exemplo de desportivismo e perseverança. Federada desde 1973, degrau a degrau foi construindo uma vida, amealhando vitórias, atingindo dia-a-dia a meta da realização pessoal. É com carinho e reconhecimento que a “Rosinha” da Foz Velha é acarinhada em todos os lugares onde se desloca. 
Franzina, Rosa Mota é, no entanto, a estrela maior do firmamento do atletismo e do orgulho português.

terça-feira, 17 de março de 2020

Uma reflexão por dia... que bem te fazia!

Um livro dá-te asas!!


Desafios de Leitura para março - a LER+ sobre a mulher



Maria Barroso



Uma vida em prol da Liberdade e da Defesa dos Direitos Humanos

         Cedo manifestou dotes especiais para a poesia e para a representação. Maria de Jesus Barroso, nascida no Algarve, ingressa com 18 anos na Faculdade de Letras e no Teatro Nacional.
           Para além das convicções pessoais, é com forte sentido de família que atravessa os períodos de prisão e o exílio do marido, Mário Soares.
          No pós 25 de Abril desempenha com brilho e natural à-vontade o papel de primeira-dama.
Inteligente e sensível, dedicou-se a causas nobres, levando uma vida em prol da Liberdade e da Defesa dos Direitos Humanos, que a levou à presidência da Cruz Vermelha Portuguesa. 
      Foi, acima de tudo, uma mulher determinada que perseguiu obstinadamente os objetivos a que se propôs.

segunda-feira, 16 de março de 2020

As migrações na poesia - Sou Imigrante

Sou Imigrante
Sou Imigrante dalém
Lá do outro lado do oceano
Forçado a abandonar o país
Sim o país de origem
Que há séculos venho lutando
Querendo viver
Batendo as portas nunca descerradas
Sempre encerradas
Não tenho terra
Lá de onde eu venho
Do qual vós chamais
ou dizeis ser minha terra…
Eu era igual uma flecha
Querendo ir pra frente
Eu era cada vez mais puxada pra trás
Com mais força!
E de tanto me puxarem
Fui lançada veementemente
Para atingir o alvo
E vim aqui parar!
Sou Imigrante
Não tenho terra
Tudo é terra
Não importa se aqui ou lá!
Quem dera que não houvessem fronteiras!
Quem dera que não houvessem leis
Leis essas que nos prendem, Separam,
Hostilizam, injuriam e abalam!
Oh, se não houvessem fronteiras
Divisões geográficas
E que todos os homens fossem só homens!
Sem distinção de cores, raças, nacionalidades!
Que culpa tenho eu em ser Preto ou branco?
Cristão ou muçulmano? Hindu ou Budista?
Judeu ou Samaritano?
Se talvez as raças negra ou branca, não existissem!
Na verdade, não existem
O que apenas existe é…
Raça humana!
Sou Imigrante, emigrante, migrante
Resistente, com força pra viver, almejando viver
Sou resistível como um Leão da África
Tenho garras de um falcão do mato
Sou persistente como a onda movível
Porém, me respeitem!
Só quero viver a vida…
Porque a terra é nossa, de todos nós
Feito por Deus e entregue à todos os homens
Não importa se aqui ou lá!
Moisés Tiago António, poeta Angolano

É um poema... apenas!

Mil anos que viva
Mário Dionísio

Mil anos que viva não se apaga
a imagem sombria e vacilante
dum homem desconhecido numa esquina
com um lenço na mão manchado de sangue

uma imagem sombria e vacilante
cambaleante no regresso instável
das zonas baças onde o tempo pára
com um lenço na mão manchado de sangue
cambaleante no regresso instável
sem se lembrar da rua onde morou
só com uma ténue sombra do passado
no lenço na mão manchado de sangue
ninguém sabia a sua história
ninguém ouvira a sua voz
de seu só tinha bem pesado
um lenço na mão manchado de sangue
não tinha voz não tinha nome
não tinha pais não tinha amigos
não tinha lar só tinha um lenço
na mão manchado de sangue.

"Mil anos que viva", poema de Mário Dionísio, in "O Riso Dissonante"

Desafios de Leitura para março - a LER+ sobre a mulher


Maria de Lourdes Pintasilgo



Com uma carreira política exemplar, tem vasta obra publicada e é uma referência na sociedade portuguesa

Nascida em 1930, engenheira química de formação, Maria de Lourdes Pintasilgo chega, aos 35 anos, a procuradora da Câmara Corporativa, cargo que exerce até 1974. Após o 25 de Abril, ocupa diversos cargos governamentais, chegando, em 1979, a primeira-ministra. Foi a segunda mulher a ocupar essa posição na Europa. Consultora de Ramalho Eanes e embaixadora da UNESCO, funda, em 1986, o Movimento para o Aprofundamento da Democracia e, no mesmo ano, é candidata à presidência da República. Eleita deputada ao Parlamento Europeu, em 1987, tem vasta obra publicada sobre o papel da Igreja na sociedade e, das mulheres na vida pública e política. Fazendo parte do grupo cada vez maior de mulheres que assume cargos de poder, afirma que só se sentirá livre quando todos os cidadãos o forem.
Foi orgulhosamente portuguesa.