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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A uma cerejeira em flor



Acordar: ser na manhã de Abril
a brancura desta cerejeira,
arder das folhas à raiz,
dar versos ou florir desta maneira.

Abrir os braços, acolher nos ramos
o vento, a luz, ou o que quer que seja:
sentir o tempo fibra a fibra,
a tecer o coração de uma cereja.


Eugénio de Andrade