A Revolução
teve uma flor
o cravo.
Não teve um animal
Não teve um animal
e, como tal,
proponho o elefante
tão paciente e sofredor
durante tanto ano
mas quando a paciência se esgotou
foi coisa de se ver
violento
eficaz
empolgante.
Depois, voltou a ser lento
bom rapaz
algo distante.
Mas, atenção
nunca se viu morrer um elefante!
Carlos Pinhão, Bichos de Abril,
Editorial Caminho, Lisboa, 1977