Bem-vindo ao Blogue das Bibliotecas Escolares do agrupamento da Maia!
quinta-feira, 29 de novembro de 2018
É um poema... apenas!
A menina tinha um prato
e dentro do prato um pato
de penas cinzentas e lisas
e no fundo desse prato
havia um prato pintado
e dentro do prato um pato
com uma menina ao lado.
E essa menina de tinta
tinha um prato mais pequeno
e dentro do prato um pato
de penas cinzentas lisas
e no fundo desse prato
estava outra menina ao lado
de um outro pato de penas
cada vez mais pequeninas.
Se a menina não comia
não via o fundo do prato
que tinha lá dentro um pato
de penas cinzentas lisas,
nem via a outra menina
que era bem mais pequenina
e tinha na frente um pato
um pato muito bonito
de penas cinzentas lisas
tão pequenas tão pequenas
que até parecia impossível
como a menina ainda via
e imaginava o desenho
até ao próprio infinito.
Maria Alberta Menéres,
in Maria de Lourdes Varanda & Maria Manuela Santos,
Poetas de Hoje e de Ontem --
Do Século XII ao XXI para o Mais Novos
domingo, 25 de novembro de 2018
Na Biblioteca com Luís Portugal
A biblioteca da escola EB1, nº1 de Gueifães (Centro Escolar), e ainda, no no âmbito da comemoração
do Mês das Bibliotecas Escolares, convidou o cantor Luís Portugal para uma atuação e apresentação da obra de sua
autoria "As canções da minha escola".
A atividade decorreu no dia 14 de
novembro.
No final, de cada sessão, o
compositor autografou o respetivo livro e CD com as canções.
O ambiente da apresentação primou pela
alegria e interação entre o cantor e os alunos, tendo sido contempladas todas as 14 turmas, desde o pré- escolar até ao 3º ano.
Esta iniciativa permitiu aos
nossos jovens despertar o gosto pela leitura, tendo sido
o objetivo alcançado com a satisfação de todos os intervenientes.
domingo, 18 de novembro de 2018
13ª Edição do CNL
13ª Edição do
Concurso Nacional de Leitura
Obra
proposta para o 1º Ciclo
José Saramago, A Maior Flor do Mundo
Obra recomendada pelo Plano Nacional de Leitura, destinada a leitura orientada.E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?
Esta história termina assim:
“Este era
o conto que eu queria contar. Tenho muita pena de não saber escrever histórias
para crianças.
Mas ao
menos ficaram sabendo como a história seria, e poderão contá-la doutra maneira,
com palavras mais simples do que as minhas, e talvez mais tarde venham a saber
escrever histórias para as crianças…
Quem sabe
se um dia virei a ler outra vez esta história, escrita por ti que me lês, mas
muito mais bonita?...”
sábado, 17 de novembro de 2018
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
É um poema... apenas!
Aos poetas
![]() |
Miguel Torga |
Somos nós
As humanas cigarras!
Nós,
Desde os tempos de Esopo conhecidos.
Nós,
Preguiçosos insectos perseguidos.
Somos nós os ridículos comparsas
Da fábula burguesa da formiga.
Nós, a tribo faminta de ciganos
Que se abriga
Ao luar.
Nós, que nunca passamos
A passar!...
Somos nós, e só nós podemos ter
Asas sonoras,
Asas que em certas horas
Palpitam,
Asas que morrem, mas que ressuscitam
Da sepultura!
E que da planura
Da seara
Erguem a um campo de maior altura
A mão que só altura semeara.
Por isso a vós, Poetas, eu levanto
A taça fraternal deste meu canto,
E bebo em vossa honra o doce vinho
Da amizade e da paz!
Vinho que não é meu,
mas sim do mosto que a beleza traz!
E vos digo e conjuro que canteis!
Que sejais menestreis
De uma gesta de amor universal!
Duma epopeia que não tenha reis,
Mas homens de tamanho natural!
Homens de toda a terra sem fronteiras!
De todos os feitios e maneiras,
Da cor que o sol lhes deu à flor da pele!
Crias de Adão e Eva verdadeiras!
Homens da torre de Babel!
Homens do dia a dia
Que levantem paredes de ilusão!
Homens de pés no chão,
Que se calcem de sonho e de poesia
Pela graça infantil da vossa mão!
As humanas cigarras!
Nós,
Desde os tempos de Esopo conhecidos.
Nós,
Preguiçosos insectos perseguidos.
Somos nós os ridículos comparsas
Da fábula burguesa da formiga.
Nós, a tribo faminta de ciganos
Que se abriga
Ao luar.
Nós, que nunca passamos
A passar!...
Somos nós, e só nós podemos ter
Asas sonoras,
Asas que em certas horas
Palpitam,
Asas que morrem, mas que ressuscitam
Da sepultura!
E que da planura
Da seara
Erguem a um campo de maior altura
A mão que só altura semeara.
Por isso a vós, Poetas, eu levanto
A taça fraternal deste meu canto,
E bebo em vossa honra o doce vinho
Da amizade e da paz!
Vinho que não é meu,
mas sim do mosto que a beleza traz!
E vos digo e conjuro que canteis!
Que sejais menestreis
De uma gesta de amor universal!
Duma epopeia que não tenha reis,
Mas homens de tamanho natural!
Homens de toda a terra sem fronteiras!
De todos os feitios e maneiras,
Da cor que o sol lhes deu à flor da pele!
Crias de Adão e Eva verdadeiras!
Homens da torre de Babel!
Homens do dia a dia
Que levantem paredes de ilusão!
Homens de pés no chão,
Que se calcem de sonho e de poesia
Pela graça infantil da vossa mão!
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
É um poema... apenas!
Que o silêncio
Verde
Da floresta
Não saiba nunca
O silêncio
Negro
Das cinzas.
Matilde Rosa Araújo, in "Fadas Verdes"
domingo, 11 de novembro de 2018
Uma reflexão por dia... o bem que te fazia!
Não é o desafio
que define quem somos
nem o que somos capazes de fazer.
O que nos define é o modo
como enfrentamos esse desafio:
podemos deitar fogo às ruínas,
construir um caminho através delas,
passo a passo, rumo à liberdade.
Richard Bach, in "Nada ao Acaso"
sexta-feira, 9 de novembro de 2018
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
terça-feira, 6 de novembro de 2018
sexta-feira, 2 de novembro de 2018
É um poema... apenas!
AS ÁRVORES E OS LIVROS
As árvores como os livros têm folhas
e margens lisas ou recortadas,
e capas (isto é copas) e capítulos
de flores e letras de oiro nas lombadas
E são histórias de reis, histórias de fadas,
as mais fantásticas aventuras,
que se podem ler nas suas páginas,
no pecíolo, no limbo, nas nervuras.
As florestas são imensas bibliotecas,
e até há florestas especializadas,
com faias, bétulas e um letreiro
a dizer: «Floresta das zonas temperadas».
É evidente que não podes plantar
no teu quarto, plátanos ou azinheiras.
Para começar a construir uma biblioteca,
basta um vaso de sardinheiras.
Jorge Sousa Braga, Herbário, Assírio e Alvim, 1999
As árvores como os livros têm folhas
e margens lisas ou recortadas,
e capas (isto é copas) e capítulos
de flores e letras de oiro nas lombadas
E são histórias de reis, histórias de fadas,
as mais fantásticas aventuras,
que se podem ler nas suas páginas,
no pecíolo, no limbo, nas nervuras.
As florestas são imensas bibliotecas,
e até há florestas especializadas,
com faias, bétulas e um letreiro
a dizer: «Floresta das zonas temperadas».
É evidente que não podes plantar
no teu quarto, plátanos ou azinheiras.
Para começar a construir uma biblioteca,
basta um vaso de sardinheiras.
Jorge Sousa Braga, Herbário, Assírio e Alvim, 1999
Livros para escutar!
![]() |
Ouve a história AQUI! |
O autor, Pierre Pratt, emprestou-nos a voz e o sotaque, ao ler Boa Noite!
O Sr. Silva tem um ritual estranho antes de ir dormir. Diz “boa noite” ao chapéu, “até amanhã” ao casaco, à gravata, ao cinto e a tudo o mais que usara nesse dia. Outras despedidas se seguem a vários objectos: “Também está na hora de o livro e os óculos irem dormir.” Até os dentes postiços merecem um simpático “boa noite” do Sr. Silva.
Subscrever:
Mensagens (Atom)