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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Sophia passou por aqui!

Comemorações do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2019)



Com a atividade "Sophia passou por aqui", a EB 2,3 de Gueifães, pretende evocar a figura única e especial de uma "autêntica princesa da literatura portuguesa"


Lisboa   ·   20 de Novembro de 1999

Presidente da República  emociona Sophia ao elogiar a sua obra 

Jorge Sampaio prestou ontem um testemunho de reconhecimento a Sophia de Mello Breyner, na cerimónia de entrega do Prémio Camões 99 



Por, Maria João Pinto 




Sophia de Mello Breyner Andresen recebeu ontem, das mãos do Presidente da República, o Prémio Camões'99. Um prémio-homenagem pela «beleza tão alta e exacta», que fez da sua obra «uma das criações em que nos revemos e de que nos orgulhamos». Um prémio, também, para um dos «mais altos testemunhos do canto da liberdade face à opressão, da justiça ante a iniquidade, da beleza perante a fealdade, da coragem frente ao medo». 



As palavras de Jorge Sampaio emocionaram Sophia, como, já antes, as palavras de António Alçada Baptista (que presidiu ao júri desta 11.ª edição do Prémio Camões) o haviam feito também. Lembrando ser Sophia «um caso raro em que pessoa e obra se confundem», Alçada Baptista descreveu a sua obra como «uma referência essencial do nosso tempo», unindo, «com naturalidade, o ético e o estético». Condição que aplicou à vida, «numa permanente manifestação de solidariedade e apreço pela pessoa humana e pela sua liberdade». E essa «aristocracia de comportamento», frisou, «foi um exemplo para a minha geração». 



Os agradecimentos de Sophia pela atribuição deste prémio, esses, foram feitos de algumas das histórias que viveu, em viagens a Cabo Verde, Brasil, Angola. Olhando agora para trás, disse, «foi aí que senti o que era o Prémio Camões»: em Cabo Verde, perante «uma sala cheia de gente falando português, com uma atenção tão densa que quase se podia tocar»; em Angola, quebrando o protocolo de uma mesa-redonda, transformada em sessão de «leitura de poemas ao longo de três horas». «São as vozes dos portugueses no mundo que constituem o Prémio Camões» e o seu significado, disse, «está na pátria universalizante de que nos falou Magalhães Godinho».