Sabemos que o mundo está em crise.
Prevemos uma recessão económica para o ano 2020, quase como se fosse
inevitável, e insistimos em culpabilizar tudo e todos pela situação.
Desresponsabilizamo-nos com um
encolher de ombros. Afinal, quem somos nós, simples cidadãos, para impedir o
rumo desta conjuntura?
E que tal começarmos a acreditar que a mudança que
queremos no mundo começa em nós. Vencer a crise é algo que diz respeito a todos
os cidadãos.
Consideramos, muitas vezes, que os
nossos gestos são tão insignificantes como uma gota de água no oceano. Que, ao
fim e ao cabo, não é por resistirmos ao apelo a um consumismo desenfreado, que
vamos salvar o mundo, que deixar de comprar este ou aquele artigo estrangeiro
fará alguma diferença na economia do país. E que, não é por preferirmos
produtos locais ou feitos em casa, que o “gato vai às filhoses”…
Acusamos os outros de estarem a
destruir o mundo que é de todos. E temos muita razão! Contudo, não podemos
ignorar que, é mais importante um exemplo do que mil palavras. Atuemos de forma
consciente e acreditemos naquilo que fazemos. Só assim conseguiremos mudar,
transmitir entusiasmo e contagiar as ações de todos. Sejamos responsáveis!
E porque estamos a viver o Natal, na
opinião de muitos “Natal em tempo de crise”, poderemos entendê-lo como uma
oportunidade para alterar a nossa forma de ser ou estar. Num apelo que a Quercus faz para que o Natal seja vivido
de uma forma mais sustentada, poderíamos ler, a determinada altura: “saber dar
para saber receber”. Ao longo do texto, refere pequenas mudanças que tornam o
Natal cheio de sentido, esvaziando-o de futilidades. Façamos, então, o esforço
de inventar coisas simples para resistirmos ao consumismo e para vencermos a
crise. No útil e no mais fútil é preciso agir usando a cabeça e o coração.
Assim, segue-se uma lista de pequenos gestos que podem salvar o Natal:
Os presentes
têm de ser mais simbólicos do que materiais. Não é necessário oferecer presentes de
Natal dispendiosos mas, isso sim, presentes com significado. Apelando a valores
humanos mais elevados, oferecer presentes com significado, encherá o coração de
quem os recebe.
Confecionar
os presentes que oferecemos tem uma dupla vantagem. Poupamos em termos
económicos e dedicamos algum tempo a pensar nas pessoas que os vão receber.
O
país necessita de ajuda. E se todos os presentes oferecidos no Natal fossem
nacionais? Este gesto iria ajudar imenso a economia interna. Os produtos
portugueses são fantásticos …
As
crianças adoram brinquedos, mas nem sempre o brinquedo mais caro é o mais
apreciado. O ideal é oferecer valores de vida, em vez de bens materiais.
Se alguém
estiver com dificuldades, o Natal pode surgir como uma hipótese de ajudar quem
necessita. Oferecer ajuda com todo o amor e carinho que esse gesto envolve, terá
mais significado do que mil presentes de Natal de carácter material.
Um
livro é sempre um bom presente de Natal: económico, cheio de mensagens e que
pode ser partilhado em qualquer momento…
Ultrapassar
a crise e viver de forma sustentada é, afinal, uma responsabilidade partilhada.
Nós não somos aquilo que consumimos mas, o que consumimos e como nos
comportámos, mostra muito daquilo que somos!
Aproveitemos
a crise para refletir e alterar atitudes que nos vêm afastando do verdadeiro
espírito natalício.
Feliz
Natal!
A
equipa da Biblioteca Escolar