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quinta-feira, 12 de março de 2020

As migrações na poesia - Migro

Migro, sem asas e sem canto,
Sem símbolos enigmáticos, só lembranças.
Estamos fartos do silêncio
Que nos examina facilmente.
Há sim algo de grave em nós,
Não se tem mais geração!
O mundo são dias que seguem normais,
Entre os muros, paredes e telhas,
Entre horas e minutos faceiros.

Migro, sem rumo certo,
Ouço, mas finjo não ouvir.

Nossos pensamentos não cabe mais em nós,
Da vida faceira, sorrisos emoldurados,
De um momento breve e passado,
De um amor que não cabe nos jarros,
Onde as flores morrem enfeitando ilusão.

Migro sem canto, rumo e coração!

Airton Souza
de 'O CAIR DAS HORAS'