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quinta-feira, 21 de maio de 2020

É um poema... apenas!


Mar e céu entendem-se, confundem-se,

incendeiam-se.
Há um barco parado ou a sombra dele.
Em contra-luz, em frente à luz, a casa espera.
Doem-lhe as traves nos gritos das gaivotas.
De oiro e de sangue as palavras perdidas
nos cais de anoitecer.
Salgados os olhos das mulheres.
Escurece.

Licínia Quitério